A Navigator, a maior empresa de pasta e papel portuguesa, anunciou aumentos de 8% a 10% no preço dos papéis tissue, que são utilizados para o papel higiénico, guardanapos e toalhas de mão, entre outros produtos. Em comunicado, a Navigator indica que o aumento entra em vigor a 1 de dezembro para a Península Ibérica e diz que esta atualização é inferior ao incremento de preços verificado no resto do mercado.

A empresa justifica esta decisão com o “aumento generalizado e muito significativo dos preços em muitos dos seus fatores de custos, nomeadamente produtos químicos, energia, material de embalagem de plástico e cartão, logística e a própria celulose”. Esta última, a pasta de papel, é o principal fator de produção, acrescenta a empresa que remete para a subida do índice internacional do preço da pasta de 78% desde o início do ano.

Outro dos fatores destacados no sentido da alta é o custo da energia que mais do que triplicou (subiu 3,6 vezes) face ao ano passado. No gás natural, os preços subiram mais de 5%.

A Navigator é um dos grandes consumidores industriais de energia que tem pedido ao Governo medidas para atenuar o impacto dos custos da energia e das licenças de CO2. Uma das medidas já decidida é o prolongamento até ao final do ano do regime de interrutibilidade que subsidia as indústrias em troca de cortes no abastecimento. Esta semana foram também divulgadas as regras legais para as empresas poluidoras que estão no comércio de licenças de CO2 poderem beneficiar de uma compensação equivalente até 75% do agravamento dos custos sofridos por esta via.

No entanto, as medidas anunciadas têm sido consideradas insuficientes por parte de associação que representa as empresas de consumo intensivo de energia.

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