Parecia que, infelizmente para Miguel Oliveira, o piloto português ia continuar na bitola dos primeiros dias no Grande Prémio do Algarve. Nos segundos treinos livres, na passada sexta-feira, o jovem natural de Almada não foi além do 19.º tempo de entre todos os pilotos. Nessa sessão, sem muita surpresa, o já campeão do mundo Fabio Quartararo e aquele que foi o principal perseguidor durante a temporada, o italiano Francesco Bagnaia, que acabou por terminar no 4.º lugar, lutaram durante muito tempo pelo melhor registo.
Sobre a sua prestação na sexta-feira, o português havia dito que sentiu a “pista algo escorregadia e a mota sem aderência”. “As condições foram melhorando, mas não para nós. Tentámos perceber o que fazer para melhorar. O que fizemos não ajudou e vamos tentar melhorar para amanhã [este sábado]”, afirmou o piloto que frisou ainda que a sua mota está a ser “uma surpresa”. “Mas não estou a perder a confiança. É um bocado frustrante, mas temos de ter calma, reagir e não desistir, procurando fazer algo para nos apresentarmos melhor”, acrescentou.
Além da expetativa em torno de Miguel Oliveira, claro, não se pode descurar o que Quartararo e Bagnaia querem fazer, não só porque a Ducati e a Yamaha ainda lutam pelo mundial de construtores, mas também porque o italiano quer mais. Isto porque na última corrida, em Mesinao, Itália, teve uma queda dramática que acabou por ajudar o agora campeão do mundo. Bagnaia, sem medos, disse que estava mais chateado por perder a corrida do que o Mundial, pelo que vinha com tudo para as últimas corridas.
O 19.º tempo do português significou que o Falcão fez a sua melhor volta em 1.40.935 minutos. Oliveira, que é 10.º do mundial de MotoGP com 92 pontos, ainda sonha com lugares mais altos, mas este sábado, na terceira sessão de treinos livres, rodou quase sempre entre o 18.º e o 20.º lugar. A faltar dois minutos para acabar a sessão, no entanto, conseguiu uma volta de 1.40.061 que valeu um salto para a 15.ª posição. Ficou a pouco mais de 0,8 segundos, de Bagnaia, o mais rápido, que ficou à frente de Quartararo por um milésimo de segundo. O almadense ficou a apenas 0,4 segundos do 10.º, Jorge Martín, pelo que o português da KTM dava esperança ao público português (finalmente e pela primeira vez) presente no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
Não deu para passar à Q2 (segunda fase de qualificação), onde só vão os dez mais rápidos da terceira sessão de treinos livres e os dois primeiros da Q1 (primeira fase), onde Miguel Oliveira, vencedor do circuito algarvio em MotoGP no ano passado ia correr ao início da tarde.
Depois de na quarta sessão de treinos ter feito o 16.º tempo, nas voltas que são basicamente aquecimento para a Q1 e Q2, o Falcão entrou com tudo na Q1 e saiu da pista para a boxes após três voltas com um dos melhores dois tempos, com 1.39.624, a melhor marca do português no fim de semana, e a faltarem cerca de sete minutos para o fim da sessão. No entanto, Johann Zarco apareceu que nem uma flecha e fez 1.39.340, pelo que a cinco minutos do final da Q1, o francês dividia com o espanhol Aleix Espargaró os dois lugares de acesso à Q2. Com o terceiro tempo e a faltarem quatro minutos na sessão, Miguel Oliveira precisava de sacar novamente um melhor tempo.
Não só o português não conseguiu melhorar o tempo, como os adversários foram mais rápidos nas voltas finais. Assim, o piloto da KTM vai arrancar no próximo domingo da 17.ª posição, mas sempre com os olhos na melhoria dos tempos, da mota, do seu trabalho, e com a esperança de dar (mais uma) alegria aos portugueses e ao público presente.
Relativamente à Q2, as Ducatis dominaram, com Bagnaia a conseguir a pole position e Miller a conseguir o segundo melhor tempo, seguido do espanhol Joan Mir, campeão em 2020. O campeão do mundo Fabio Quartararo fez o sétimo melhor tempo, através ainda de Martin, Zarco e Espargaró.