Yo soy forever young“. Foi assim que o auto-proclamado “para sempre jovem” Daniel Alves disse sentir-se à saída da realização dos habituais exames médicos aquando da chegada a um novo clube. Depois de uma saída pouco amigável do amado São Paulo, o brasileiro de 38 anos voltou a um balneário que bem conhece e com a esperança de que a tal ideia de que não se deve voltar a uma casa onde já se foi feliz não se concretize. É que Dani Alves foi muito feliz em Barcelona.

O jogador mais titulado do planeta deixou a Cidade Condal em 2016 após oito épocas de sucesso: três Ligas dos Campeões, cinco Taças de Espanha e seis La Liga, entre outros. Agora, passados cinco anos e meio e passagens por PSG, Juventus e São Paulo, Alves está de volta à Catalunha e é, curiosamente, o primeiro reforço da era Xavi, antigo colega de equipa no Barça com quem ganhou os já referidos títulos.

Daniel Alves falou aos meios de comunicação dos blaugrana após os exames médicos e revelou-se feliz, mesmo que só possa fazer o jogo 392 pelo Barcelona em janeiro, tendo já somado 21 golos e 101 assistências entre 2008 e 2016. O jogador será apresentado aos adeptos na próxima quarta-feira, mas não escondeu a felicidade à Barça TV, em declarações reproduzidas pelo Sport. “Ainda estou em choque. Estive muito tempo a tentar regressar e é um privilégio. Procuraremos regressar ao Barça que todos conhecemos. É um processo mas é preciso acelerá-lo porque somos o Barcelona e não há margem para equívocos ou erros”, garantiu.

“Estou perante um desafio incrível, dos que mais me fascinaram. Reconstruir, lutar, suar e defender a camisola. Existem duas camisolas que, quando as visto, sinto-me como um super herói: a do Brasil e a do Barcelona. Espero contagiar os meus companheiros com tudo isto”, acrescentou Dani Alves.

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Desde logo, o brasileiro traz um discurso de união a um clube que não atravessa uma boa fase, nem a nível financeiro, nem de resultados, muito menos se comparado com o fim da primeira passagem de Alves pelo clube. “O Barça somos todos, jogadores e adeptos. Não podem deixar de vir e apoiar a equipa. Agora é o momento de unir forças, apoiar e vir demonstrar o barcelonismo que temos cá dentro”, frisou, dizendo ainda que viveu “os momentos mais bonitos na carreira no Barcelona”, sendo “inevitável” o regresso, ainda que seja “uma grande surpresa” o retorno como jogador. Mas, se tal não acontecesse, “teria voltado de uma outra forma”.

Quero continuar a ganhar. Temos de acreditar que estamos no melhor clube do mundo. Como o Barcelona não há nada. Não é porque eu estou aqui. Os que saíram também o disseram”, rematou Dani Alves que vai ser o jogador com o ordenado mais baixo do plantel dos catalães. Os ordenados mais baixos e com foco nos aumentos por se alcançar objetivos não é nova no clube, tendo já acontecido nos casos dos reforços Eric Garcia, Agüero ou Memphis Depay, mas Dani Alves acaba mesmo por ser o mais prejudicado.

Mesmo só podendo jogar em janeiro, o Sport diz que Dani Alves queria assinar por um ano, até para garantir que chegava ao inverno de 2022 com equipa, visto ir acontecer o Mundial 2022, no Qatar. Assim, o processo do futebolista será como que reavaliado no final da época. Acrescenta o jornal desportivo catalão que as variáveis em causa são relativas a “títulos muito mais difíceis de alcançar” do que quando Josep Maria Bartomeu era presidente do clube.