Três polícias são agredidos diariamente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, uma situação que está a aumentar no último ano e a preocupar as autoridades, denunciou esta terça-feira o comandante do Cometlis, Paulo Pereira.
Na cerimónia comemorativa do 154.º aniversário do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública, Paulo Pereira chamou a atenção para esta realidade e precisou que a PSP tem uma análise que mostra a existência de “três casos por dia” de polícias feridos na área do Cometlis, que passam por agressões ligeiras ou mais graves.
O Cometlis diariamente é confrontado com milhares de ocorrências e, por vezes, os polícias são confrontados com situações de maior violência. Essa violência e resistência perante as ordens legítimas das autoridades, por vezes, gera situações com atitudes com alguma resistência e violência direcionada aos polícias”, disse aos jornalistas Paulo Pereira.
O comandante do Cometlis manifestou-se preocupado com esta situação, designadamente com a reação das pessoas face à intervenção da polícia e com a violência direcionada à intervenção dos polícias.
Paulo Pereira disse também que o número de crimes em que há resistência e coação ao funcionário aumentou significativamente em 2020, continuando-se a verificar essa subida e consequentemente surgem as agressões a polícias.
O responsável afirmou também que a PSP ainda não tem um estudo sobre as causas do aumento das agressões aos polícias, mas referiu que um dos motivos está relacionado com as medidas restritivas relacionadas com a pandemia de Covid-19.
Também o diretor nacional da PSP, Magina da Silva, falou aos jornalistas sobre o aumento dos polícias agredidos desde 2020, ressalvando que “o número não é dramaticamente mais alto”.
“A criminalidade violenta e grave na área da PSP não aumentou globalmente, mas aumentou qualitativamente, ou seja, a intensidade da violência usada para cometer os crimes violentos graves tem aumentado e também se traduz na violência e na agressividade que os cidadãos têm a resistir a intervenções policiais legais e legítimas”, precisou.
Magina da Silva disse ainda que a polícia tem “de fazer os trabalhos de casa e adaptar-se a esta nova realidade”.