O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta quarta-feira que as estimativas da OCDE dão um “sinal claro” da credibilidade do país, reforçando a confiança de que a crise política não coloca em causa o “forte crescimento” da economia.
“Estas estimativas da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] agora conhecidas são um sinal claro da credibilidade que o país tem conquistado nos últimos anos e da confiança que as instituições internacionais depositam no desempenho da economia portuguesa”, defendeu João Leão, num vídeo enviado à comunicação social.
A OCDE prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresça 4,8% este ano, à semelhança do Governo e do Banco de Portugal (BdP), estando também otimista para os dois anos seguintes.
“A economia deverá crescer 4,8% em 2021, 5,8% em 2022 e 2,8% em 2023. O PIB deverá ultrapassar o nível pré-crise só à volta de meados de 2022. O crescimento robusto é sobretudo fomentado pela procura doméstica, e será acelerado pela absorção de fundos da UE [União Europeia]”, pode ler-se nas previsões económicas da OCDE hoje divulgadas.
A OCDE aponta ainda que “o aumento atual nos custos de produção, guiado essencialmente pelos preços da energia, não deverá fomentar substancialmente as pressões subjacentes aos preços”.
Os 4,8% de crescimento económico previstos para este ano alinham com as previsões do Governo e do BdP, e superam as do Conselho das Finanças Públicas (CFP), de 4,7%, bem como as da Comissão Europeia (4,5%) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), 4,4%, atualizando ainda as da própria OCDE, feitas em maio, que apontavam para 3,7%.
Conforme destacou o ministro de Estado e das Finanças, projeta-se, até 2023, um crescimento de 14% no PIB.
As estimativas apontam para uma subida do PIB na ordem dos 5,8% em 2022 e de 2,8% em 2023.
“No próximo ano, Portugal será mesmo o país com maior crescimento económico entre todos os países da OCDE”, referiu o ministro.
João Leão notou ainda, tendo por base os dados da OCDE, que Portugal vai retomar a “trajetória de convergência económica com a zona euro”, estimando-se que, até 2023, o país cresça até dois pontos percentuais acima da zona euro.
O Ministério das Finanças realçou também que o crescimento da economia vai estar assente numa “forte dinâmica do investimento, com um vigoroso crescimento de 8,1% já no próximo ano”.
No que diz respeito às finanças públicas, a organização estimou que o executivo vai cumprir a meta do défice prevista para este ano e que Portugal vai retomar a trajetória de redução da dívida pública.
João Leão ressalvou que estas estimativas já têm em consideração o ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022.
“Tudo isto reforça a nossa confiança de que a atual situação política de eleições antecipadas não coloca em causa o forte crescimento da economia portuguesa, desde que se assegurem condições de estabilidade e governabilidade”, concluiu.