A França alertou esta quarta-feira a Rússia sobre as “consequências estratégicas e massivas” que uma agressão contra a Ucrânia terá na sequência do aumento de militares colocados por Moscovo na fronteira com aquele país. “Foram enviadas mensagens firmes à Rússia sobre as consequências estratégicas e massivas de um novo ataque à integridade territorial da Ucrânia”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.

A presidência russa, por seu lado, sublinhou esta quarta-feira que o país tem o direito de se defender, reagindo a uma reunião realizada na terça-feira com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na qual foi avisado de que a NATO está atenta e pronta para intervir na tensão entre Moscovo e Ucrânia. Biden advertiu o seu homólogo russo contra qualquer ofensiva militar visando o seu adversário ucraniano, prometendo “fortes sanções” se necessário.

“A Rússia segue uma política externa de paz, mas tem o direito de proteger a sua segurança”, afirmou Putin em conferência de imprensa, realizada esta quarta-feira, na qual considerou que deixar a NATO aproximar-se das suas fronteiras sem reagir seria “criminoso”. Apesar de ter considerado que a sua conversa com Biden “foi construtiva, Putin admitiu que o apoio da Aliança Atlântica a Kiev e às ambições ucranianas de ingressar na organização aumentam o risco de confronto militar na região e constituem uma ameaça à segurança da Rússia.

O diálogo entre Putin e Biden foi considerado “positivo” pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que afirmou esta quarta-feira considerar “uma vitória que os Estados Unidos apoiem a Ucrânia, a sua soberania e independência”.

Os países ocidentais e Kiev acusam Moscovo de ter reunido dezenas de milhares de soldados e tanques nas fronteiras da Ucrânia em antecipação a uma invasão iminente, o que a Rússia nega. A Ucrânia está dilacerada desde 2014 por uma guerra entre Kiev e separatistas no leste do país, que provocou mais de 13 mil mortos e eclodiu após a anexação da península da Crimeia por Moscovo.

Apesar da conversa entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, a situação parece continuar a agravar-se, tendo a Rússia anunciado que lançou aviões militares para “intercetar e escoltar” três aviões franceses que voavam esta quarta-feira perto das suas fronteiras no Mar Negro. Os caças Su-27 russos “escoltaram sobre o Mar Negro” os aviões franceses, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado, acrescentando que, depois de ter “evitado uma violação da fronteira”, os caças russos voltaram à sua base.

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