Sem Sérgio Conceição no banco, Vítor Bruno assumiu esta quarta-feira à noite o comando do FC Porto na vitória frente ao Rio Ave, por 1-0, no Estádio do Dragão, a contar para a última jornada da Taça da Liga, prova na qual o FC Porto já não podia seguir em frente. Com 11 mexidas do lado azul e branco e dez do lado vilacondense, o jogo acabou por ser o que se esperava, com um triunfo portista que significa ainda que o adjunto de Sérgio Conceição faz cinco em cinco quando é chamado a comandar o conjunto. Sobre o jogo, referiu que a equipa “conseguiu” honrar o símbolo, mesmo que na primeira parte tenha sido algo “previsível e pausada”, alterando o ADN da equipa e aquilo de que “gosta e caracteriza”. “Fomos pouco verticais, pouco contundentes no ataque ao espaço, no ataque à baliza, mas ainda assim criámos oportunidades para poder fazer golo”, frisou na flash interview à SportTV
No intervalo houve conversa no balneário e Vítor Bruno referiu que “os jogadores foram inteligentes ao perceberem que que quando menos munições deixarem do lado do treinador mais argumentos podem ter para reclamar uma oportunidade no futuro”. “A segunda parte penso que é diferente. Continuámos a controlar, fomos um pouco à procura do golo, num jogo que, pelo contexto, pelo ambiente, acaba por não ser muito apelativo, mas foi um contexto criado por nós, um bocadinho pela imagem que deixámos nos Açores [derrota por 3-1 frente ao Santa Clara na jornada 1 do grupo], e era importante resgatar a nossa identidade”, acrescentou, mesmo que admitindo que era “um jogo com pouco significado” no que toca à ambição do clube, que ficou “dilacerada” após o encontro insular.
“O golo acaba por surgir num momento de transição que nos encaixa como uma luva, obviamente depois de uma grande defesa do Cláudio [Ramos] e num momento em que o Rio Ave, a meu ver de forma injusta, podia ter-se colocado na frente do marcador”, comentou o treinador adjunto do FC Porto que, questionado sobre as malapata da Taça da Liga, competição que o clube nunca venceu, diz que este tem um “registo abonatório com muitos jogos ganhos na competição”. “É a primeira vez que não vamos à fase final, mas para o ano cá estaremos. Deixa-nos mágoa por não conseguirmos contribuir com mais um troféu para o nosso museu, mas cá estaremos no futuro”, garantiu.
Vítor Bruno foi então questionado pela aposta em Cláudio Ramos, guarda-redes que se estreou ao fim de ano e meio no clube, mas também pela aposta na juventude. O técnico, contudo, e sem descurar os jovens, focou-se no guardião: “Antes de falar dos jovens quero falar no Cláudio porque me parece importante. Apregoamos muito o nós, o contexto de equipa e as nossas raízes mais fortes estão nesse conceito. Nunca olhamos muito para o individual, mas a mim parece-me obrigatório fazer um elogio público ao Cláudio. É um profissional de mão cheia e o FC Porto tem sorte em ter um profissional do calibre dele ao serviço do clube. Sempre dedicado, com aceitação total, disponibilidade para o trabalho e sempre com sorriso. E é essa mentalidade positiva que faz com que ele tenha o desempenho que teve aqui hoje. É ele que nos dá a vitória, o golo é dele, e por isso os meus parabéns públicos obviamente extensíveis à equipa técnica”.
"Quem não marca, sofre." ????@25pepe_ inaugura o marcador no Dragão, a poucos minutos do fim.@FCPorto #sporttvportugal #AllianzCup #TaçadaLiga #fcporto #FCP #rioavefc #rioave #RAFC #FCPRAFC #Pepe pic.twitter.com/Be9zgtiD2a
— sport tv (@sporttvportugal) December 15, 2021
Sobre os jovens, disse que o plantel falou “na roda” sobre o que é importante, perceberem que não é tudo um “mar de facilidades e que há dificuldades”, para quando “voltarem amanhã à equipa B não caírem no erro de abrandar”.
Sobre as suas cinco vitórias em cinco jogos, fala em “coincidência”, admite que os jogadores acabam por ver uma “figura diferente no banco e que a mensagem lá de cima chega com delay“. “O plano de jogo estava traçado, aquilo que foi acontecendo estava mais ou menos preparado, mas o resultado, por não ser benéfico, l a uma ou outra coisa que nós não queríamos, sob pena de hipotecar a unidade de treino de amanhã. E não queríamos fazê-lo, porque o jogo de domingo é prioridade [Vizela, I Liga]. A unidade de treino é o nosso maior aliado, em que podemos validar muito daquilo que é uma ideia, operacionalizar comportamentos em treino e por termos obrigado alguns jogadores a fazer 60/65/70 minutos vai hipotecar um pouco aquilo que é o nosso contexto no Olival [centro de estágios] Mas foi assim que foi conduzido, e somos treinadores para isso”, finalizou.