As 11 empresas concessionárias que prestam serviços de gestão e tratamento de resíduos urbanos a municípios geridas pela Environment Global Facilities (EGF) tiveram um prejuízo de cerca de 20 milhões de euros. A informação foi dada pela associação ambientalista ZERO em comunicado enviado às redações.

A associação chegou a esta conclusão depois de consultar os dados fornecidos pela entidade reguladora, a ERSAR.

Os custos com a recolha seletiva e triagem de embalagens deveria ser custeada pelo ecovalor, uma contribuição paga pelas entidades gestoras do sistema integrado de gestão de resíduos de embalagens (SIGRE), onde se inclui a Sociedade Ponto Verde. Essa contribuição é calculada com base no peso e material das embalagens, mas o valor obtido — 43 milhões de euros — não é suficiente para cobrir os custos, o que leva a ZERO a considerar que a atual fórmula produz uma “situação inaceitável”.

Isto porque, para compensar essas perdas na reciclagem, foram aumentadas as tarifas cobradas aos municípios que contrataram a EGF para o tratamento do lixo comum. Na prática, acusa a associação, esse prejuízo está a ser transferido para os municípios através da tarifa cobrada pela empresa, “repercutindo-se direta ou indiretamente em 6,2 milhões de pessoas servidas pela rede de ecopontos”.

Para combater esta situação, a ZERO propõe como alternativa um aumento do ecovalor cobrado às SIGRE e que a fórmula de cálculo passe a ter em conta “os custos reais com a recolha seletiva e a triagem”. Sugere ainda que parte dessa contribuição seja usada em “projetos de promoção da reutilização à escala local” e que haja penalização para os materiais mais difíceis de reciclar.

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