O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) sugeriu na sexta-feira adaptar as orientações para a quarentena e para o isolamento de contactos de alto risco e de infetados com Covid-19, respetivamente, considerando as atuais “limitadas”.
“[…] As opções sugeridas baseiam-se numa abordagem pragmática, levando em consideração a necessidade de sustentar funções críticas”, pode ler-se num documento divulgado pelo ECDC.
As decisões para adaptar as orientações de quarentena e isolamento, segundo o ECDC, requerem a consideração do risco adicional de transmissão, a situação epidemiológica local, a capacidade de teste e rastreamento de contacto e os efeitos socioeconómicos da pandemia num ambiente específico.
“A quarentena é uma medida para manter as pessoas que estiveram em contacto com alguém com Covid-19 separadas de outras, para evitar transmissão. Isolamento refere-se à separação de pessoas com Covid-19 confirmado ou suspeito de outras, durante o período de infeção”, lembra.
O ECDC irá publicar uma atualização das orientações brevemente.
Todavia, no documento publicado sábado, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças adianta que, na orientação de quarentena padrão, os não vacinados contra a Covid-19 deverão ser testados imediatamente após identificação e sujeitos a uma quarentena de 10 dias.
Numa segunda perspetiva, além do teste obrigatório, deverão cumprir quarentena de 14 dias, se não forem testados ao décimo dia.
ECDC não recomenda redução de tempo de isolamento para não vacinados
Para os vacinados, o ECDC propõe teste e quarentena imediata, teste de antigénio ou PCR entre dois e quatro dias após um resultado negativo, automonitorização dos sintomas, uso de máscara, manter a distância de segurança e evitar o contacto com pessoas vulneráveis.
Tanto os vacinados como não vacinados deverão ser testados com testes de antigénio ou PCR.
Considerando a pressão alta nos sistemas de saúde e na sociedade, o ECDC sugere, além da testagem, quarentena de sete dias com teste no último dia para não vacinados.
Também propõe uma quarentena de 10, caso não realizem teste no sétimo dia.
Para os vacinados, mantém-se a ordem proposta para a orientação padrão.
Observando um esquema de pressão alta nos sistemas de saúde e na sociedade, o ECDC aponta para os não vacinados quarentena de cinco dias, teste ao quinto dia e mais cinco dias com máscara de alta eficiência (FFP2).
Já para os vacinados, é proposto 10 dias de máscara de alta eficiência (FFP2), sem quarentena, teste ao quinto dia, automonitorização uso de máscara, manter a distância de segurança e evitar o contacto com pessoas vulneráveis.
Na tabela que fornece opções para o isolamento de trabalhadores essenciais, o ECDC adianta, na orientação padrão, para os não vacinados 10 dias de isolamento após os sintomas e resolução da febre em 24 horas.
Para os vacinados, os critérios são a resolução da febre em 24 horas e melhora clínica dos sintomas e seis dias de isolamento após o início dos sintomas.
Na segunda opção, é sugerido resolução da febre em 24 horas e dois testes negativos consecutivos, de amostras respiratórias, com intervalo mínimo de 24 horas.
No caso de elevada pressão sobre os sistemas de saúde, o ECDC propõe cinco dias de isolamento para não vacinados após o início dos sintomas e um teste negativo ao quinto dia.
Aos vacinados é exigido três dias de isolamento após o início dos sintomas e mais três dias de uso de máscara FFP2, além de um teste ao terceiro dia.
Em relação à pressão extrema nos sistemas de saúde e na sociedade, o ECDC mantém os mesmos pontos da “alta pressão”, quer para vacinados, quer para não vacinados.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças não recomenda menos tempo de isolamento para não vacinados contra a Covid-19, mas admite-o para os inoculados, embora avisando que, quanto mais curto for este período, maior o “risco residual”.
“O ECDC está atualmente a rever as orientações de isolamento para casos de covid-19 e a fazer uma análise mais especializada da literatura disponível sobre carga viral e alívio [do isolamento]. Para indivíduos não vacinados contra a Covid-19, não existem provas que permitam diminuir o período de isolamento”, considera a agência europeia, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
A posição surge depois de, na passada quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS), em Portugal, ter atualizado as normas que reduzem o período de isolamento para as pessoas assintomáticas que testam positivo ao SARS-CoV-2 e têm doença ligeira bem como para os contactos de alto risco.