Tratar-se-á de um processo de desaparecimento, aquele a que o Príncipe André deu início esta quarta-feira, com a eliminação das contas que detinha em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram sob a designação que há cinco dias, tal como os seus títulos militares, lhe foi retirada — Sua Alteza Real, o Duque de York.

De acordo com uma fonte próxima do terceiro filho da Rainha Isabel II, André apagou todas as contas, apesar de, por enquanto, as de Facebook e de Instagram ainda permanecerem online, por motivos que lhe serão alheios. “As alterações foram feitas em consequência da recente declaração do Palácio de Buckingham sobre o Duque de York”, disse ao Daily Mail essa mesma fonte.

A conta de Twitter do Príncipe André foi esta quarta-feira apagada

“Ele está fora do alcance do público”, disse esta quarta-feira de manhã, em declarações à rádio britânica LBC, James Heappey, o ministro das Forças Armadas, a propósito do Príncipe André. “A minha reflexão pessoal é que as suas associações são horrivelmente imprudentes e ele causou enormes desafios para a Família Real num ano em que deveríamos estar a celebrar o extraordinário serviço de Sua Majestade a Rainha na chegada ao seu Jubileu de Platina. Mas também sou Ministro da Coroa e não seria apropriado para mim fazer qualquer outro comentário que possa correr o risco de ser demasiado colorido”, completou.

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Este “processo de desaparecimento” teve início horas depois de, terça-feira à noite, a britânica ITV emitir um documentário sobre o escândalo sexual que envolve o milionário Jeffrey Epstein, que se suicidou na cadeia em agosto de 2019, a sua ex-namorada Ghislaine Maxwell, e o Príncipe André, que pode ser acusado em Nova Iorque por alegados abusos sexuais a Virginia Roberts, que acusa os dois primeiros de a terem traficado sexualmente e o filho da Rainha de Inglaterra de ter mantido relações sexuais consigo quando ainda era adolescente.

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No documentário, que foi visto por 3,3 milhões de pessoas, Lady Victoria Hervey, antiga “it girl” que foi namorada de André e é filha de Victor Hervey, o sexto Marquês de Bristol, revelou que Epstein e o ex-presidente americano Bill Clinton “eram como irmãos”. Recordou também como, no início do milénio, quando era “jovem e ingénua”, foi utilizada como “isco” por Ghislaine Maxwell, que em dezembro foi condenada por aliciar raparigas menores que viriam a ser abusadas sexualmente pelo ex-namorado, para entreter os amigos do milionário.

Paul Page, ex-funcionário de segurança ao serviço da coroa britânica, revelou no mesmo programa o “amor” que o Príncipe nutria pela sua coleção de ursinhos de peluche e a forma como gritava e chegava a tornar-se “verbalmente abusivo” sempre que alguém os deixava inadvertidamente fora do sítio. De acordo com o ex-funcionário, os funcionários do palácio chegaram a guardar numa gaveta, como auxiliar de memória, uma fotografia dos bonecos em cima da cama do príncipe, para que a sua disposição não fosse alterada.