Um grupo de cientistas encontrou um recife de coral na costa do Taiti que se destaca como um dos maiores de sempre já descobertos e pela resiliência face às alterações climáticas.

O recife, encontrado na “zona do crepúsculo” do Oceano Pacífico, tem três quilómetros de extensão. Foi encontrado durante uma missão da Unesco em novembro do ano passado, mas só agora foi a descoberta foi divulgada. Segundo o jornal The Guardian, estima-se que tenha demorado 25 anos a crescer.

A profundidade do recife — entre os 30 a 75 metros — foi um desafio para a equipa, que levou 200 horas a recolher dados suficientes do coral. Quanto maior a profundidade, menor o tempo que um mergulhador pode passar submerso em segurança.

Por outro lado, a profundidade em que foi encontrado este recife também foi um dos aspetos mais surpreendentes para os cientistas, uma vez que é onde chega menos luz solar e, normalmente, os corais estão em áreas mais rasas.

“Esta descoberta confirma que temos uma visão muito desigual dos recifes de coral. Existem áreas únicas no mar profundo, ainda intocadas por ameaças ambientais, que poderiam ter um papel fundamental no futuro” escreveu Alexis Rosenfeld, que liderou a equipa de mergulhadores internacionais que fizeram a descoberta.

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A descoberta na costa do Taiti sugere que pode haver mais recifes, como este, desconhecidos, dado que apenas 20% de todo o fundo do mar foi mapeado, de acordo com cientistas da UNESCO.

“Também levanta questões sobre como os recifes de coral se tornam mais resistentes às alterações climáticas“, disse Julian Barbiere, responsável pela política marinha da UNESCO, à Reuters. “Sabemos muito pouco sobre o oceano e ainda há muito que precisa de ser registado, precisa de ser medido”, acrescenta.

O ecossistema dos recifes de coral está a esgotar-se pela pesca excessiva, poluição e consequências do aquecimento global, segundo estudo publicado na revista One Earth.