Menos de três semanas, três dérbis garantidos, um marcado para daqui a duas semanas e outro ainda com data para definir. O final da fase regular da Liga, o cruzamento no mesmo grupo da segunda fase da FIBA Europe Cup e agora o encontro decisivo da Taça Hugo dos Santos faziam com que Sporting e Benfica se voltassem a encontrar no Pavilhão Municipal de Sines para a decisão de uma prova onde os encarnados são a equipa com mais títulos conquistados (12 até este domingo) e os verde e brancos procuravam o primeiro triunfo. No entanto, e à parte de mais um troféu, existia também uma questão de orgulho em jogo.

E vão oito dérbis seguidos: Sporting vence jogo histórico na Luz frente ao Benfica e dá passo importante na FIBA Europe Cup

No primeiro dérbi da modalidade desde o regresso do conjunto de Alvalade aos seniores masculinos, na temporada de 2019/20, o Benfica que tinha ainda Carlos Lisboa como treinador e Micah Downs entre os jogadores mais influentes derrotou o Sporting na Luz por 85-79. A partir daí, deu sempre verde e branco: no jogo da segunda volta da fase regular da Liga dessa época; nos dois encontros da fase regular mais os três relativos às meias do Campeonato de 2020/21; nas duas partidas realizadas na Luz já esta temporada, com triunfos por 74-63 para a Liga e por 72-64 para a FIBA Europe Cup. Eram oito dérbis seguidos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

À terceira foi de vez: Sporting vence clássico frente ao FC Porto e está na final da Taça Hugo dos Santos

Era também esse histórico recente que estava em jogo depois de dois encontros onde ambos os conjuntos mostraram as suas forças de forma diferente: o Sporting derrotou o FC Porto (neste caso, depois de duas derrotas esta temporada na Liga) assentando o seu jogo numa defesa sólida e nos ataques trabalhados e a saírem nos momentos chave; o Benfica bateu a Oliveirense com grande qualidade no plano ofensivo e uma boa eficácia no tiro exterior que permitiu chegar quase aos 100 pontos. Seguia-se a final e, num filme em muitos pontos semelhantes a outros encontros, os leões conquistaram pela primeira vez a competição numa partida em que as águias chegaram a ter 14 pontos de avanço mas cederam no final (66-64).

Travante Williams, figura dos leões que não marcou qualquer lançamento de campo no primeiro tempo contra o FC Porto, fez os primeiros cinco pontos do jogo mas o filme do período inicial voltou a ser muito semelhante ao que se tinha passado nos encontros na Luz, com o Benfica a ser mais forte nas tabelas e a fazer prevalecer o jogo exterior para abrir uma vantagem de dez pontos na partida (27-17). O segundo parcial manteve as mesmas características, com Luís Magalhães a parar o encontro quando os encarnados já tinha um avanço de 14 pontos (35-21), mas a equipa de Norberto Alves voltou a perder eficácia e até agressividade defensiva nos minutos finais, liderando ao intervalo por “apenas” cinco pontos (38-33).

O reinício de jogo voltou a trazer a pior versão dos verde e brancos, que demoraram 3.30 minutos para converterem um lançamento de campo, mas os encarnados não conseguiram mais uma vez dar o safanão definitivo no resultado, baixando ainda mais a percentagem de tiros que veio a cair desde o primeiro período e permitindo que o último quarto chegasse com apenas dois pontos de diferença (52-20), com Micah Downs a conseguir resgatar o Sporting para discutir ainda uma final que chegou a parecer estar terminada. Não estava. E, a 5.30 do final, os leões passaram mesmo para a frente (58-57), deixando a final completamente em aberto para uma autêntica luta contra os nervos onde a bola muitas vezes parecia estar a “queimar” mas que acabou com o triunfo do Sporting com Travante Williams a ser fundamental.