Maior equilíbrio e competitividade era complicado de encontrar. Desde que o Sporting assumiu de novo o projeto do basquetebol masculino sénior em Alvalade, na temporada de 2019/20, os leões tinham jogado 13 vezes contra o FC Porto com um saldo que dificilmente poderia ser mais equilibrado: sete vitórias contra seis dos dragões e um total de 998-993 em pontos. E também nos encontros extra Liga essa tónica era mantida, com os azuis e brancos a vencerem a última final da Taça Hugo dos Santos e os verde e brancos a ganharem a final da Taça de Portugal de 2019/20 e as meias da mesma competição em 2020/21.

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No entanto, existem momentos e momentos. E, contas feitas, desde o polémico final de Campeonato da última temporada decidido nos últimos segundos da “negra” no Pavilhão João Rocha que acabou com o FC Porto a ameaçar deixar a modalidade, os dragões foram mais fortes nos encontros que se seguiram, com um triunfo em Alvalade por 78-72 e uma vitória no Dragão Arena por 66-59, naquele que foi apenas o segundo jogo com menos pontos nos últimos 13 clássicos. Mais uma vez, a defesa acabou por ser um pilar fulcral para decidir a partida. E era isso que voltaria a ser a chave de mais um clássico oficial este sábado, desta vez a contar para as meias-finais da Taça Hugo dos Santos no Pavilhão Municipal de Sines.

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“O facto de termos ganho os dois jogos anteriores com o Sporting significa pouco. Existe o ditado que diz que não há duas sem três mas os outros jogos foram os outros jogos e aconteceram noutras alturas da época. Este é um dos jogos mais difíceis que podemos ter em Portugal, frente a um dos adversários mais complicados. No basquetebol, os detalhes são muito importantes, tal como os estados de ânimo, a motivação e a convicção com que os atletas chegam aos jogos. Primeiro temos que ganhar o nosso jogo mas na outra meia-final há duas equipas com características muito significativas”, comentara Moncho López, técnico com mais de 500 jogos pelo FC Porto que olhava também para o Benfica-Oliveirense.

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“A equipa está moralizada, unida e estamos na fase de integrar o novo jogador, de forma a que ele entenda a nossa filosofia. Vamos para a Taça Hugo dos Santos com a noção de que o FC Porto é uma grande equipa que infelizmente não conseguimos vencer ainda esta época, por isso vamos tentar contrariar essa tendência. Temos de entrar de forma diferente desde o primeiro momento do jogo. Temos de ter agressividade defensiva, tentar anular os pontos fortes do FC Porto que são os lançamentos exteriores. Já os ressaltos defensivos têm sido uma lacuna da nossa equipa e que permite depois que o adversário construa. Por isso temos de corrigir esses aspetos para podermos vencer”, referira o adjunto leonino Flávio Nascimento, recordando os dois triunfos frente ao Benfica e a chegada do norte-americano Justin Tuoyo.

O encontro começou equilibrado mas com o Sporting a ganhar algum ascendente no primeiro período, que chegou ao final com a maior vantagem leonina de sete pontos (23-16). No entanto, e até ao intervalo, o FC Porto soube responder, melhorou em todos os aspetos de jogo com Max Landis em evidência no lançamento exterior e um parcial de 14-1 veio desequilibrar as contas do clássico, que chegou ao descanso com avanço azul e brancos por 40-37 já depois de ter nove pontos de vantagem perante os mais de cinco minutos sem lançamentos de campo do conjunto verde e branco desde o reatamento do encontro.

Travante Williams, a unidade que decidiu o último dérbi com o Benfica na FIBA Europe Cup durante a semana, empataria da linha de lance livre o jogo antes de mais um carrossel de momentos bons e maus dos dois conjuntos, que permitiram que os leões ganhassem uma vantagem de 12 pontos (61-49) numa fase em que Max Landis saiu também lesionado no tornozelo antes de nova reação dos dragões que deixou a partida apenas a seis pontos antes do último período (63-57). O atirador norte-americano dos azuis e brancos não mais voltou a estar a 100% na partida, o que teve influência até ao final perante a incapacidade de ter tiros exteriores da equipa perante um Sporting experiente e que geriu a vantagem até ao triunfo por 82-76, com Micah Downs a fechar os ataques chave para o triunfo incluindo um triplo no derradeiro minuto.

Os leões, que afastaram assim o último vencedor da prova, vão agora reencontrar o Benfica na final da competição, depois do triunfo dos encarnados diante da Oliveirense na outra meia-final por 97-91. Este será o terceiro encontro entre os dois rivais num lapso curto de tempo, com o Sporting a derrotar as águias no Pavilhão da Luz no jogo da Liga e no jogo da segunda fase da FIBA Europe Cup, esta semana.