O fundador do portal WikiLeaks Julian Assange recebeu nesta segunda-feira a autorização da justiça britânica para recorrer ao Supremo Tribunal do Reino Unido contra uma decisão de extradição para os Estados Unidos da América (EUA), onde enfrenta 18 acusações criminais.

O Tribunal Superior [High Court] de Londres permitiu que Assange possa recorrer de uma decisão judicial segundo a qual ele poderia ser enviado para os EUA para ser julgado.

Os procuradores públicos dos EUA indiciaram Assange por 17 acusações de espionagem e uma acusação de uso indevido de computador devido à publicação de milhares de documentos militares secretos pelo portal WikiLeaks há uma década.

A justiça norte-americana quer julgar o australiano por este ter divulgado, desde 2010, mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, principalmente no Iraque e no Afeganistão.

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As acusações acarretam uma pena máxima de 175 anos de prisão.

A decisão desta segunda-feira é o mais recente passo na longa luta jurídica de Assange para evitar a extradição.

Há pouco mais de um ano, um juiz de um tribunal distrital de Londres rejeitou um pedido de extradição dos EUA, alegando então que Assange poderia cometer suicídio, caso fosse mantido sob duras condições prisionais no território norte-americano.

Mais tarde, as autoridades norte-americanas garantiram que o fundador do WikiLeaks seria tratado com humanidade.

Em dezembro passado, um tribunal de recurso britânico abriu a porta à extradição do fundador do WikiLeaks para os EUA, indicando então que as garantias fornecidas pelas autoridades norte-americanas eram suficientes.

Assange está atualmente detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh em Londres.

Antes, o fundador do WikiLeaks esteve refugiado durante sete anos na Embaixada do Equador em Londres, de 2012 até abril de 2019, quando as autoridades equatorianas decidiram retirar o direito de asilo concedido e as autoridades britânicas o detiveram.