Foi até ao limite, ameaçando quase as cinco horas. 282 minutos. 16.920 segundos, ainda que com uma pequena paragem além das habituais quando a chuva levou a uma interrupção algures a meio do tie break do terceiro set. De um lado o número 2 do ranking mundial e cabeça de série no torneio, do outro a principal revelação do torneio depois dos bons sinais que valeram ao Canadá a vitória na Taça ATP.

Principal candidato a vencer o Open da Austrália, Medvedev viu-se a perder por 2-0 (7-6 e 6-3), dando a volta ao jogo com os parciais de 7-5, 7-6 e 6-4. O russo de 25 anos segue para as meias-finais, onde vai defrontar o grego Stefanos Tsitsipas, , com Auger-Aliassime, já número NOVE do mundo, a deixar excelentes (mas mesmo excelentes) indicações no court principal de Melbourne, até, de certa forma, acabarem as pilhas depois de ter deixado escapar um match point no quarto set. O quadro dos quartos fechou com mais um encontro em cinco sets depois dos triundos de Nadal e Berrettini.

A jogar na Rod Laver Arena, como tanto queria, após se ter queixado no jogo dos oitavos de final que não sabia o que “tinha de fazer para jogar no court central em Grand Slams”, até por ter “ganho o último [US Open frente a Djokovic] e ser o maior cabeça de série a jogar aqui”. E foi uma Rod Laver bem animada (e a apoiar o jovem canadiano) aquela que assistiu ao jogo da manhã desta quarta-feira em Portugal mas que entrou pela meia-noite dentro na Austrália.

Uns chuviscos atrapalharam o encontro, mas nada que o fecho da cobertura não resolvesse, de modo a permitir que os atletas pudessem jogar com as melhores condições possíveis, mesmo tendo o jogo passado de outdoor para indoor.

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“Não sei como é que me aguentei. Não estava a jogar no meu melhor e o Félix estava a jogar de maneira inacreditável. Eu não sabia o que fazer. Então pensei para mim, e algumas pessoas não vão gostar disto, ‘o que faria o Novak [Djokovic]?’. Tive de lutar até ao último ponto e tentar elevar o meu jogo. Joguei melhor com o telhado fechado. A minha mão estava escorregadia pelo que o telhado fechado ajudou a ter a mão menos suada”, frisou Medvdev a seguir ao encontro.

Agora, segue-se outro craque, Tsitsipas, com quem o russo perdeu em três sets nas meias-finais do ano passado. “É a meia-final de um Grand Slam pelo que mesmo que esteja cansado vou dar tudo o que tenho. No ano passado joguei muito bem. Vamos esperar que possamos ter um bom jogo”, acrescentou.

Tsitsipas nas meias-finais do Open da Austrália após afastar Jannik Sinner

Pelo caminho ficou então Auger-Aliassime, o qual tem na equipa técnica um senhor chamado… Nadal. E sim, é mesmo Toni Nadal, tio de Rafa Nadal, que arrancou para este torneio com um underdog mas está já nas meias-finais. Sem o lesionado Roger Federer e, claro, sem Novak Djokovic, é o único que ainda pode chegar aos 21 Grand Slams, tornando-se, pelo menos em termos desta estatística, o melhor de sempre. Veremos se o espanhol de 35 anos ainda tem fúria para ganhar mais dois jogos e fazer a histórias das histórias no ténis. Mas Medvedev também tem os seus objetivos e um triunfo em Melbourne colocará o russo como número 1 do ranking mundial à frente de Novak Djokovic.