As futebolistas que atuam a nível profissional em Inglaterra, na Women’s Super League (1.ª divisão) e na Women’s Championship (2.ª), vão passar a ter cobertura prevista nos contratos em caso de maternidade, mas também de doença prolongada. Será a primeira vez que as futebolistas dos 24 clubes que compõem as divisões profissionais inglesas de futebol feminino terão esses direitos.
Esta alteração ao nível dos contratos e dos direitos das jogadoras foi considerada um “grande passo em frente” por Julie Elliott, deputada responsável pelo debate no parlamento inglês sobre o caso das jogadoras de futebol no país, explica o Guardian. Com mais detalhes ainda por revelar, Elliott quis “prestar tributo a todos os que trabalharam arduamente para se chegar a este ponto”.
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A alteração foi vista com bons olhos pela Associação de Futebolistas Profissionais (PFA) e pela Federação Inglesa de Futebol (FA). Recorda o mesmo jornal que, em março de 2020, a FA havia dito que as condições que as jogadoras terão agora em questões de maternidade não estavam previstas nos contratos, algo que é definido com a PFA. Na altura, a situação foi deixada ao critério dos clubes.
Nesse mesmo mês de março de há dois anos, a FIFA anunciou que ia introduzir um sistema em que os clubes poderiam ser alvo de multas pesadas, ou mesmo impedidos de inscrever jogadoras, caso as discriminassem durante a gravidez ou devido à maternidade. O órgão que tutela o futebol a nível mundial sugeriu então um mínimo de 14 semanas pagas de licença, com pelo menos oito semanas a serem pagas a dois terços do salário.
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Recorda o Guardian que na altura as medidas não foram consideradas suficientes e ainda que muitas jogadoras deixaram de esperar pelo fim da carreira para serem mães, o que tem aumentado os pedidos de revisão dos contratos e dos apoios. Um dos casos mais mediáticos foi o da norte-americana Alex Morgan, na altura dianteira do Tottenham, que foi mãe em maio de 2020 e voltou aos campos em novembro do mesmo ano.
A também deputada Taiwo Owatemi, da zona de Coventry, destacou no debate que as “mulheres profissionais de futebol têm muitas vezes contratos curtos e más condições de trabalho”. Owatemi não quer que se torne “uma norma” o que aconteceu ao Coventry United, clube da sua cidade, que dois dias antes do Natal informou as suas jogadoras de que os contratos seriam terminados devido à situação financeira do clube.