A economia portuguesa cresceu 5,8% no último trimestre de 2021, em termos homólogos, segundo a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento ao longo de 2021 foi de 4,9%, acrescenta o gabinete oficial de estatística, o ritmo de expansão económica mais rápido desde 1990 (que vem na sequência da quebra de 8,4% no ano anterior).

“No conjunto do ano 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 4,9% em volume, o mais elevado desde 1990, após a diminuição histórica de 8,4% em 2020, na sequência dos efeitos marcadamente adversos da pandemia Covid-19 na atividade económica”, nota o INE, na análise aos números anuais (preliminares) divulgados esta segunda-feira.

A procura interna apresentou um contributo positivo expressivo para a variação do PIB, após ter sido significativamente negativo em 2020, verificando-se uma recuperação do consumo privado e do Investimento. O contributo da procura externa líquida foi bastante menos negativo em 2021, tendo-se registado crescimentos significativos das importações e das exportações de bens e de serviços”, diz o gabinete de estatística.

Os dados do crescimento da economia em 2021 ficaram assim acima do estimado pelo Governo no Orçamento do Estado, que apontava para 4,8%, e também não correspondem ao revelado por António Costa que, na última semana da campanha, admitiu um crescimento de 4,6%, o que levou à polémica sobre se estaria a antecipar dados que o INE revelaria mais tarde.

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O INE acrescenta que a economia também cresceu em cadeia, isto é, na comparação com o trimestre imediatamente antecedente, mas houve uma desaceleração no quarto trimestre. “Comparando com o 3º trimestre de 2021, o PIB aumentou 1,6% em volume (crescimento em cadeia de 2,9% no trimestre anterior), refletindo uma diminuição do contributo positivo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB”.

Relativamente à comparação homóloga do crescimento económico, os 5,8%, o INE indica que “ao contrário do trimestre anterior, o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi positivo, em consequência da aceleração em volume das Exportações de Bens e Serviços”.

Fonte: INE

Por outro lado, “também se registou um contributo positivo da procura interna, superior ao observado no 3º trimestre”. Além disso, também neste quarto trimestre, houve “uma perda significativa nos termos de troca, mais intensa que nos dois trimestres precedentes, em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, nomeadamente de bens energéticos e matérias-primas”.

Finanças admitem que crescimento de 2022 pode ser maior

Em comunicado, o Ministério das Finanças dizem que “esta evolução do PIB reforça a confiança na continuação da rápida recuperação da economia portuguesa durante o ano de 2022, antecipando-se que se possa ultrapassar o nível pré-pandemia já no 1º semestre e inclusivamente superar as estimativas do Governo para este ano, de 5,5%”.

Também esta manhã, outro ministério, o da Economia, reagiu dizendo que os dados superam as previsões e mostram que Portugal está a convergir com a UE (com base nos dados trimestrais, não anuais).

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