A atividade do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra tem crescido desde 2019, apesar da pandemia de Covid-19 nos últimos dois anos, com aumento dos rastreios, das consultas e das cirurgias.
“O IPO de Coimbra apresentou resultados que denotam um crescimento nas diferentes linhas de produção, tendo conseguido garantir um bom equilíbrio da atividade assistencial, mesmo no ano 2020”, salientou a administração, em resposta a perguntas formuladas por ‘e-mail’ pela agência Lusa.
De acordo com os dados fornecidos, a propósito do Dia Mundial Contra o Cancro, que se assinala na sexta-feira, o IPO de Coimbra realizou 34.811 rastreios em 2021, incluindo do cancro do colo do útero e do cólon e reto, que representa uma subida significativa face a 2019, em que foram efetuados 18.983. Em 2020, foram realizados 25.434.
Ao nível das consultas médicas (primeiras e subsequentes), foram registadas o ano passado 153.402, mais 27.109 relativamente a 2019 e 23.784 comparativamente a 2020.
Nas cirurgias foram contabilizadas 4.757 em 2021, mais 140 do que em 2019, apesar de em 2020 o número ter baixado para 4.438.
O número de primeiras consultas referenciadas via consulta a tempo e horas (através dos cuidados de saúde primários) aumentou em 2021 mais de 11% face a 2019 (ano pré-pandemia), passando de 5.483 para 6.105. Contudo, em 2020, o número baixou para 4.813.
“Tem-se verificado um aumento da referenciação, através dos cuidados de saúde primários, o que impacta no número de novos casos diagnosticados”, referiu a administração do IPO de Coimbra, que é liderada por Maria Margarida Ornelas.
Nos tratamentos no Hospital de Dia (quimioterapia e outros) verificou-se também um aumento da atividade, que passou de 20.382 em 2019 para 23.843 em 2021, embora nos tratamentos de radioterapia em ambulatório se tivesse registado uma diminuição.
Em 2019, foram contabilizados 32.075 tratamentos, face aos 30.564 de 2020 e aos 31.860 de 2021.
Segundo o IPO de Coimbra, o aumento dos tratamentos de Hospital de Dia (quimioterapia e outros) em 2020 “está relacionado com a resposta que teve de conferir aos doentes do Hospital Distrital da Figueira da Foz, tendo criado um segundo Hospital de Dia para o efeito”.
“No que concerne aos tratamentos de Radioterapia tem-se garantido igualmente o acesso, com particular enfoque na realização de tratamentos complexos, que desde 2019 têm vindo a crescer anualmente”, sublinhou a administração.
Relativamente às consultas externa, em 2021 o tempo médio para agendar uma consulta foi de cerca de três dias e a mediana do tempo de espera dos pedidos concluídos até 31 de dezembro foi de 16,5 dias.
“Já no que diz respeito às cirurgias, a mediana do tempo de espera até ao final do ano passado registou-se nos 1,8 meses”, revelou o IPO de Coimbra.
Em setembro de 2021, aquela unidade hospitalar iniciou a empreitada de requalificação do edifício de cirurgia/imagiologia, que implicou uma redução da capacidade instalada de bloco operatório e de internamento, obrigando a administração a encontrar soluções de resposta a esta nova realidade.
Sobre o estado de saúde em que estão a chegar os novos doentes oncológicos, o IPO de Coimbra refere que os dados existentes até ao momento “não permitem, para já, com rigor, responder à questão”.
“Essa informação só se conseguirá aferir com exatidão após o tratamento dos dados do registo oncológico, o qual está, ainda, em curso”, sustentou.