Três vitórias consecutivas, o apuramento para a final da Taça da Liga, uma pequena aproximação ao líder da Premier Manchester City que dava pelo menos a oportunidade de sonhar com um primeiro lugar que não é impossível. A Taça das Nações Africanas tinha todas as condições para mexer com as ambições do Liverpool esta temporada mas o ponto de viragem que chegava com a eliminatória da Taça de Inglaterra frente ao Cardiff em nada beliscou o caminho do conjunto de Jürgen Klopp. E, este domingo, enquanto Salah e Sadio Mané decidiam entre si quem ganhava a CAN, havia a possibilidade de Luis Díaz fazer a estreia em Anfield.

Agora sim, é oficial: Luis Díaz no Liverpool por 45 milhões mais 15 por objetivos, FC Porto recebe 80% do valor

“Estou muito feliz por estar aqui com esta grande equipa e neste grande clube. No meu país foi uma bomba, uma loucura total. Estou muito feliz por a transferência ter sido concretizada, uma vez que é também um momento histórico para o futebol colombiano. Há muito que sigo o Liverpool e não é segredo que a Premier League é uma das melhores ligas. Vejo os jogos desde pequeno. O Liverpool é uma referência no futebol e um clube com muitas conquistas, sempre foi a minha escolha e estou pronto para ajudar”, comentou o ala colombiano nas primeiras palavras em Inglaterra depois de ter representado a sua seleção durante dez dias.

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“Não estou aqui há muito tempo mas no pouco tempo que tive com os meus novos colegas, troquei algumas palavras com alguns grandes jogadores e referências neste clube. Estou orgulhoso por conhecê-los e por ter agora a oportunidade de jogar ao lado deles. Partilhar o balneário é um motivo de orgulho. Para mim é a equipa perfeita e a minha decisão de vir para aqui foi um pouco baseada nisso. Sabia que o estilo de jogo da equipa podia ajudar-me. Jürgen Klopp? Anima-me saber que vou ter um treinador desta dimensão e estatuto. Podem ver por vocês mesmos, nas duas vezes em que Liverpool e FC Porto se defrontaram, que ele era uma boa pessoa e não apenas no lado do futebol, ele cuida do lado pessoal das coisas também”, acrescentou ainda o antigo jogador do FC Porto, que rendeu 45 milhões (mais 15 milhões por objetivos).

O colombiano fez mesmo a estreia, entrando aos 58′ para o lugar de Curtis Jones numa altura em que os reds tinham conseguido finalmente furar a muralha do Cardiff, mas a figura foi de novo Diogo Jota, a fazer mais um golo decisivo para o Liverpool que permitiu a passagem à fase seguinte da Taça de Inglaterra e que fez com que se ouvisse de novo em Anfield a música criada pelos adeptos para o internacional português.

Oh he wears the number 20
He’ll take us to victory
And when he’s coming down the left wing

He’ll cut inside and score for LFC
He’s a lad from Portugal
Better than Figo don’t you know
Oh his name is Diogo

https://twitter.com/jurgenholic/status/1484719020867985411

O ataque dos reds começou por ser entregue a Minamino, Firmino e Diogo Jota e foi o português a criar a primeira grande oportunidade de golo, num movimento em que conseguiu enganar o defesa contrário na área para rematar de pé esquerdo para defesa de Dillon Phillips (4′). O Cardiff não acusou o toque e teve de seguida 15 minutos em que conseguiu algumas saídas em transição que, não tendo o perigo desejado quando chegava ao último terço, foi deixando os visitados em sentido até um final de primeira parte de domínio total do Liverpool com várias tentativas de jogo corrido, tendo Curtis Jones como destaque, e de bola parada, com Alexander-Arnold a falhar dois livres perigosos à sua medida, que não conseguiram desfazer o nulo que se verificava ao intervalo. Luis Díaz, esse, já tinha saltado para aquecimento com apenas 18 minutos de jogo. E as bancadas de Anfield foram unânimes no entusiasmo para verem em ação o reforço da equipa.

O conjunto de Klopp teria de fazer algo mais para desfazer o nulo numa segunda parte que até começou com um lance em que Kelleher saiu da baliza, teve uma entrada de carrinho dura mas “safou-se” apenas com um amarelo perante os protestos dos jogadores e do banco do Cardiff. Mais uma vez, surgiu o inevitável Diogo Jota: na sequência de um livre lateral na direita batido por Alexander-Arnold, o avançado português surgiu com espaço na área e inaugurou o marcador com mais um grande cabeceamento para o 15.º golo em 29 jogos na presente temporada (53′). E foi até esse momento que permitiu um duplo momento importante em Anfield: o regresso de Harvey Elliott após lesão grave e a estreia de Luis Díaz (58′). Em campo, tudo na mesma com o Liverpool a dominar e Jota a ficar perto de mais um golo na sequência de um canto (60′).

Ainda assim, quem entrou quis deixar marca. E deixou: já depois de um grande movimento de Elliott que encontrou depois um adversário na trajetória de remate, Luis Díaz fez magia ao recuperar uma bola na área, fazer uma finta a dar a volta ao adversário e assistir para o 2-0 de Minamino (68′). A festa continuava mas não tinha ficado por aí e quase que escolhia os protagonistas a dedo com o 3-0 a surgiu pelo regressado Elliott, ausente durante cinco meses e com uma segunda estreia de sonho a marcar com um remate de pé esquerdo na área sem hipóteses para Dillon Phillips (74′). Dava para tudo, incluindo para mais um “reforço” chamado Thiago Alcântara que voltou também à competição, mas foi o Cardiff a conseguir ainda reduzir a desvantagem com um remate cruzado de Rubin Colwill que fez o 3-1 final em Anfield (80′) antes de um susto para o colombiano que foi pisado de forma involuntária por Flint no joelho mas acabou por recuperar.