O Irão criticou esta segunda-feira os países europeus por recusarem a extradição de líderes de organizações separatistas, incluindo o ASMLA (Movimento Árabe para a Luta pela Libertação de Ahvaz), considerado como “terrorista” por Teerão.

É lamentável que, apesar da responsabilidade declarada de grupos terroristas como o ASMLA nos crimes contra o povo iraniano e da consciência dos países europeus de que são financiados, em particular pela Arábia Saudita, os europeus continuem a abrigar esses grupos, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Said Khatibzadeh.

Esta declaração da diplomacia iraniana surge três dias depois de um tribunal dinamarquês ter condenado três líderes do ASMLA por espionagem para a Arábia Saudita, entre 2012 e 2020.

“Apesar das denúncias graves sobre esses grupos terroristas, incluindo o ASMLA, os países europeus recusaram-se a expulsar os seus líderes criminosos e a extraditá-los para a República Islâmica do Irão”, lamentou o porta-voz iraniano.

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Khatibzadeh também avisou “alguns países da região que forneceram recursos financeiros e logísticos a esses grupos”, ameaçando que “a República Islâmica não se compromete em garantir a segurança do povo”.

Um tribunal dinamarquês condenou na sexta-feira três líderes do ASMLA no exílio na Dinamarca por espionagem sobre “assuntos militares iranianos”, em benefício da Arábia Saudita.

Os três líderes estão presos desde 2020 e arriscam-se a cumprir penas até 12 anos de cadeia.

Copenhaga acusou Teerão de querer matar um destes dirigentes do ASMLA, em retaliação pelo ataque que provocou 24 mortos em Ahvaz, no sudoeste do Irão, em setembro de 2018.

Nessa altura, Teerão acusou a Dinamarca, os Países Baixos e o Reino Unido de abrigarem alguns membros do grupo que o Irão acusa de ser responsável pelo ataque em Ahvaz.

O líder do ASMLA Habib Chaad, um iraniano-sueco, detido há mais de um ano no Irão, foi acusado, em 18 de janeiro, de “terrorismo” e de “corrupção”, acusações que podem levar à pena de morte.