O presidente da WTA disse segunda-feira continuar preocupado com Peng Shuai, depois de a tenista chinesa ter defendido ter existido um “enorme mal-entendido”, quando, aparentemente, acusou um antigo vice-primeiro-ministro chinês de abusos sexuais.

Numa entrevista publicada pelo jornal desportivo francês L’Équipe no domingo à noite, a jogadora asiática deixou claro que “nunca disse que alguém a submeteu a uma agressão sexual”, desejando ainda que “o significado da publicação [em 2 de novembro] não continue a ser distorcido”.

Contudo, Steve Simon “mantém firme a sua posição inicial e apela a uma investigação por parte das autoridades competentes”.

Acusação de abusos sexuais é “enorme mal-entendido”, diz Peng Shuai

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A sua recente entrevista pessoal não alivia nenhuma das nossas preocupações sobre seu ‘post’ [na internet] inicial. Peng deu um passo ousado ao apresentar publicamente a acusação de que foi agredida por um alto líder do governo chinês [Zhang Gaoli]. Pedimos uma investigação formal sobre as alegações pelas autoridades competentes”, expressou o CEO do organismo que tutela o ténis feminino, através de um comunicado.

Steve Simon espera que seja “dada uma oportunidade para a WTA se reunir com Peng – em particular – para discutir a sua situação”.

No início de novembro, numa publicação na rede social chinesa Weibo, a antiga número um mundial de pares acusou Zhang Gaoli de a ter forçado a ter relações sexuais, durante um relacionamento que durou vários anos.

As acusações da tenista, de 36 anos, rapidamente desapareceram, com a Weibo a censurar posteriormente qualquer referência ao caso.

Após esta denúncia, Peng esteve duas semanas desaparecida, o que originou uma ‘onda’ de preocupação relativamente ao seu bem-estar.

Na entrevista ao L’Équipe, a tenista não respondeu diretamente a uma pergunta sobre se a publicação teria ou não causado problemas com as autoridades chinesas.

A WTA decidiu, em 1 de dezembro, suspender os torneios que realiza na China devido à censura e às incertezas que rodeiam o caso, uma decisão que foi seguida também pela Federação Internacional de Ténis (ITF) dias depois.