A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou terça-feira, por unanimidade, recomendar à Câmara que mantenha a operacionalidade do quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) na Avenida Dom Carlos I “até existir um novo equipamento” que sirva a população.

A recomendação surge no âmbito da apreciação da petição “Pelo Museu dos Bombeiros e Quartel de 1ª Intervenção na Av. D. Carlos I”, que foi apresentada terça-feira pelo signatário Nuno Franco Caiado, apelando que estas instalações do RSB sejam o local de acolhimento de um futuro Museu dos Bombeiros e de um quartel operacional para segurança da população, e que não se opte pela alienação do espaço para um hotel ou condomínio.

Neste âmbito, o órgão deliberativo do município decidiu recomendar à Câmara de Lisboa que “proceda à inventariação do espólio e elabore o programa conceptual e científico para o Museu do Bombeiro, de modo a permitir dimensionar o espaço museológico; e mantenha a operacionalidade do Quartel do 1ª Regimento Sapadores Bombeiros, na Avenida D. Carlos I, até existir um novo equipamento que garanta os mesmos níveis de serviço à população”.

Após preocupações expostas pelos deputados das diferentes forças políticas sobre a desativação do quartel sem uma alternativa que sirva as populações com a proximidade devida, o vereador da Proteção Civil e Socorro, Ângelo Pereira (PSD), assegurou que “não sairá nada do quartel do D. Carlos I sem ter uma alternativa dentro do perímetro de segurança da área”, explicando que, com as obras do Metropolitano de Lisboa, uma parte operacional vai ser transferida para outro quartel, mas “garantindo sempre o socorro do perímetro”.

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Sobre o futuro Museu do Bombeiro, Ângelo Pereira disse que está a ser avaliada a localização para o equipamento, em que para tal é preciso, “com a maior brevidade possível”, concluir o inventariado que está a ser feito, através de listagem e a nível fotográfico.

“Além de um museu físico, lançar também um museu virtual”, indicou o vereador da Proteção Civil e Socorro, referindo que 80% desse trabalho já está concluído.

Também o vereador da Cultura, Diogo Moura (CDS-PP), garantiu que é objetivo do atual executivo que “o museu do RSB seja uma realidade”, considerando que a ideia de ser instalado no espaço da Carris em Alcântara poderá não ter a dimensão suficiente para receber o espólio completo do RSB.

“Não podemos ter um projeto museológico, nem nenhum programa funcional, porque o inventário e a catalogação de todo o espólio do RSB nunca foi feito, portanto, como é que nós podemos dizer que o museu vai para o sítio A ou para o sítio B se não sabemos sequer o que é que temos”, declarou Diogo Moura, reforçando que nem quando existiu o museu no quartel junto ao centro comercial Colombo, que foi demolido e alienado para ampliação das instalações do Hospital da Luz, existia esse inventário, nem foi feito depois.

Na reunião pública, a Assembleia Municipal aprovou ainda parte de uma moção do PCP para “aprofundar a adoção de uma política pública de transporte público com caráter geral e universal”, em que o PS votou contra todos os pontos por considerar que este órgão deliberativo do município “não é o local adequado para apresentar esta matéria, é na Assembleia da República, por ser matéria de âmbito nacional”.

Foram aprovadas, por unanimidade, recomendações do PEV sobre as instalações da Hemeroteca Municipal de Lisboa, do PEV e do PCP sobre a requalificação do Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso e do Livre sobre novas Unidades de Saúde Familiar (USF) para as freguesias de Avenidas Novas e Santa Clara.

Outras das iniciativas viabilizadas foram as recomendações dos deputados independentes do movimento político Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) em defesa da Academia de Amadores de Música, do PAN para incremento de apoio aos programas de captura, esterilização e devolução (CED), do MPT para que Lisboa acolha a sede da Escola de Música do Afeganistão e do PEV para que a Câmara de Lisboa tenha um representante no Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa.