O Ministério da Educação moçambicano disse esta sexta-feira que vai retirar conteúdos sobre “masturbação e orientação sexual” do livro de Ciências Naturais do 7.º ano, em resposta à indignação que a matéria está a gerar nas redes sociais no país.

“Para o presente ano letivo, recomendamos às escolas para não abordarem aquele tema e já trabalhamos com a editora para a retirada daquela página” que aborda o assunto, disse Ismael Nheze, diretor-geral do Instituto Nacional de Desenvolvimento Escolar (INDE) no Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.

Nheze falava em conferência de imprensa sobre as inovações introduzidas este ano nos currículos do Sistema Nacional de Educação.

Respondendo sobre a polémica do conteúdo sobre masturbação e orientação sexual, o responsável assegurou que a matéria será completamente removida no livro de Ciências Naturais do 7.º ano, no ano letivo de 2023, e será omitida pelos professores nas aulas do presente ano letivo.

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“Este livro, para o ano, não está cá, porque nós vamos introduzir a nova 7.ª classe e teremos um novo livro”, enfatizou o diretor-geral do INDE.

Ismael Nheze considerou “inacreditável” que a controvérsia tenha surgido agora, assinalando que o manual está em uso desde 2004 no Sistema Nacional de Educação.

“É inacreditável, porque nós podíamos ter corrigido essa situação na altura, normalmente, quando fazemos o currículo envolvemos a sociedade, a sociedade civil e organizações profissionais”, sustentou.

O livro, prosseguiu, existe desde 2004 e sempre foi lecionado, porque reflete o ponto de vista que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano tem sobre a “sexualidade”.

Ismael Nheze avançou que as autoridades da educação vão procurar o “consenso” sobre o tema, defendendo, contudo, a importância de os alunos debaterem sobre a sexualidade em todas as suas dimensões.

“Nós analisámos e chegámos à conclusão de que uma parte da sociedade concorda com os conteúdos e outra não concorda e como nós gostamos de trabalhar com consenso retiramos este tema”, frisou.

O tema está a provocar controvérsia nas redes sociais em Moçambique, desde que as páginas que tratam do assunto foram fotografadas e postas a circular.