A possibilidade já tinha sido admitida pelo CEO, António Ramalho, durante a última comissão de inquérito. E vai mesmo confirmar-se, segundo o Jornal Económico desta sexta-feira: mesmo com um ano de lucros, que devem rondar os 200 milhões de euros, o Novo Banco está a preparar um novo pedido de ressarcimento ao Fundo de Resolução.

O presidente executivo do Novo Banco já tinha dito em maio, no parlamento, que o banco poderia vir a pedir uma nova capitalização ao Fundo de Resolução referente às contas deste ano (2021), a rondar os 100 milhões de euros. O Jornal Económico, esta sexta-feira, não avança com o valor exato da “cash call“, afirmando que ele ainda está a ser discutido numa altura em que o banco é dos poucos que ainda não apresentaram resultados relativos a 2021.

Em maio, em audição na comissão de inquérito ao Novo Banco, António Ramalho foi questionado pelo deputado do PSD Hugo Carneiro sobre se poderá o banco pedir mais dinheiro ao Fundo de Resolução para se recapitalizar referente a 2021, o que foi confirmado pelo gestor.

“Num cenário de 430 milhões de euros [de injeção de capital] este ano, isso pode acontecer. Seria na volta dos cento e qualquer coisa milhões de euros que eventualmente poderia surgir”, afirmou, durante a audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

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Segundo Ramalho, como disse na altura, a chamada de capital não terá que ver com os resultados desse ano de 2021 (em que o banco já esperava ter lucro pela primeira vez), mas com o regime contabilístico transitório IFRS 9.

Esta sexta-feira, o Jornal Económico afirma que o pedido de capital está relacionado com o facto de o rácio de capital core tier 1 (o capital da mais alta qualidade) do banco estar protegido nos 12%, nos termos do acordo de capital contingente que foi celebrado no momento da venda ao fundo Lone Star. Isto embora esse seja um valor que excede aquilo que é necessário cumprir em termos regulatórios.

O Novo Banco já pediu ao Fundo de Resolução mais de 3,4 mil milhões de euros desde a venda, face a um montante máximo de 3,89 mil milhões.