O metrobus do Porto vai ser gerido pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), adiantou o presidente da Câmara, Rui Moreira, durante uma sessão da Assembleia Municipal.
“Quem vai operar o metrobus vai ser a STCP, porque é esse o entendimento entre o Ministério do Ambiente, a Metro do Porto, a STCP, e as Câmaras”, afirmou Rui Moreira, em resposta a uma questão levantada pelo deputado da CDU Rui Sá, durante a Assembleia Municipal que reuniu na noite de segunda-feira.
O metrobus, que será parte do sistema de transporte da Área Metropolitana do Porto e integrará o sistema de bilhética intermodal Andante, deve estar concluído no final de 2023.
A linha Boavista — Império irá desenvolver-se ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, perfazendo um traçado de oito quilómetros (quatro em cada sentido), e contará com oito novas estações de superfície: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império.
Em discussão estava a delegação de competências para a STCP Serviços que ditam a exploração e gestão do Terminal Intermodal de Campanhã, do Terminal das Camélias e do Terminal do Bom Sucesso, do Funicular dos Guindais, e de outros meios auxiliares à deslocação entre cotas, e de parques de estacionamento.
O líder da bancada municipal comunista, Rui Sá, defendeu que “a Câmara pode desempenhar essas funções“, e considerou uma “duplicação de competências” transferir “mais um conjunto de competências municipais para uma empresa intermunicipal (…) que não tem atividade há anos”.
A CDU foi o único grupo que votou contra a proposta que mereceu os votos favoráveis de todas as outras bancadas.
Para o Bloco de Esquerda, o Terminal Intermodal de Campanhã “e a gestão integrada de outros equipamentos da área da mobilidade colocam novas exigências” e faz “todo o sentido que a STCP Serviços assuma estas novas responsabilidades”, destacou Rui Nóvoa.
Também o deputado socialista Agostinho Sousa Pinto elogiou “a forma de estar inovadora que é adjudicar a outras entidades aquilo que podem fazer melhor que o poder central”.
Da parte do movimento independente que apoia Rui Moreira, o deputado Raúl Almeida frisou que foram “criados mecanismos para assegurar que, no futuro”, o Terminal Intermodal de Campanhã, “que vai ser peça chave no desenvolvimento regional e do país, esteja sempre ligado à esfera municipal”, e destacou que a gestão da mobilidade deve ser feita “em ligação com os outros municípios”.
Miguel Côrte-Real, líder da bancada social-democrata, defendeu uma “visão de mobilidade integrada” e acredita que “esta medida, assim como outras que o PSD apresentou, traz vantagens à cidade”.
Este assunto gerou também uma discussão sobre o financiamento dos transportes públicos do Porto, com a CDU a defender um papel mais interventivo do Estado Central, tendo sido acusado de centralismo por Rui Moreira, pelo movimento que o apoia e pelo PS.
O presidente da Câmara do Porto disse que é “pura e simplesmente mentira” que o Estado não apoie a mobilidade na cidade e apontou para o Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes (PART) e a renovação da frota da STCP, financiada pelo Ministério do Ambiente através do Fundo Ambiental.