A Mota-Engil registou, no ano passado, lucros atribuíveis ao grupo de 22 milhões de euros, face aos prejuízos de 20 milhões de euros em 2020, anunciou a empresa, em comunicado.

Na mesma nota, a construtora indicou que o volume de negócios cresceu 9%, para 2.656 milhões de euros, em termos homólogos, “com impacto muito positivo da performance no segundo semestre”, revelando ainda que o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) aumentou 8% para 411 milhões de euros com margem de 15%, “o que permitiu crescer 30% no resultado operacional”.

A empresa referiu que 2021 foi “um período marcado por um crescimento sólido e sustentado da sua atividade, impulsionada de forma marcante pela performance muito positiva no segundo semestre, onde o grupo aumentou a sua faturação em 19%, facto para o qual a recuperação da região de África foi determinante (crescimento de 56% no segundo semestre), seguida da América Latina que consolidou a retoma do crescimento após o impacto da pandemia em 2020”.

De acordo com a Mota-Engil, foi possível concretizar “objetivos comerciais que permitiram aumentar a carteira de encomendas para novo recorde do grupo, no valor de 7,6 mil milhões de euros, a par dos trabalhos conducentes ao início da implementação do Novo Plano Estratégico, designado de ‘Building´26’ com vigência entre 2022 e 2026″.

“Relativamente às perspetivas futuras de atividade suportadas no nível de carteira de encomendas merece referência o facto de o grupo Mota-Engil anunciar nos resultados hoje apresentados que obteve, já em 2022, novos contratos em mercados como o Uganda, México e Peru que colocam atualmente a carteira de encomendas pela primeira vez na sua história, acima de 8 mil milhões de euros”, sublinhou.

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A empresa destacou ainda no negócio de Engenharia e Construção, o mercado português voltou a ser, “após muitos anos, o maior mercado do grupo neste segmento de atividade, com um crescimento de 11% do volume de negócios em 2021, ultrapassando o México e Angola”.

Na Europa, a Mota-Engil deu ainda conta do “crescimento da rentabilidade (aumento de 23% no EBITDA), motivado pela melhoria das margens no negócio de construção em Portugal e Polónia, assim como no segmento de gestão de resíduos que melhorou a margem de 25% para 27%, permitindo passar a margem global da região para 14%”.

Por outro lado, em África, “com o contributo muito positivo de mercados mais recentes e outros de maior maturidade como Moçambique”, a empresa “conseguiu alcançar no segundo semestre um crescimento muito relevante de 56% no volume de negócios, fechando o ano com crescimento de 20%“, para o qual contribuiu “o aumento da representatividade dos contratos de Serviços Industriais de Engenharia, destacando-se ainda o valor recorde de carteira nesta região que representa 4,8 mil milhões de euros (64% do total) o que permite antecipar o crescimento significativo da atividade nesta região nos próximos anos”.

Na América Latina, o grupo obteve um crescimento de 15% no volume de negócios e de 8% no EBITDA, que “se deve à forte recuperação do mercado mexicano” onde “está a desenvolver um dos troços do Tren Maya, o maior projeto ferroviário na América Latina”.

A Mota-Engil deu ainda conta de que “manteve os seus compromissos de investimento em linha com o projetado no início do ano com um Capex [investimento] de 213 milhões de euros, 51% relacionados com investimento de crescimento e em contratos de médio e longo prazo, com destaque de investimento em Portugal, México e em novos contratos em África que se iniciaram no segundo semestre de 2021”.

Em 2021, o grupo conseguiu “reduzir a dívida líquida em 125 milhões de euros para 1.118 milhões de euros”, rematou.