Um jornalista britânico ao serviço da Fox News, Benjamin Hall, foi ferido nos arredores de Kiev, na Ucrânia. O próprio canal televisão norte-americano anunciou a notícia, explicando que ainda há “muito poucos detalhes” e que as equipas no terreno estão a trabalhar arduamente para “recolher mais informação”.

“É uma notícia que odiamos dar”, anunciou o pivô John Roberts, que deu a informação em direto, na tarde desta segunda-feira, antes de identificar o colega num tweet em que descrevia Hall como “um correspondente incrível e uma pessoa absolutamente adorável”.

Entretanto, foi divulgado o conteúdo de um e-mail que a CEO da Fox News, Suzanne Scott, enviou aos funcionários, confirmando que Hall está hospitalizado, mas sem esclarecer a gravidade dos ferimentos, uma vez que o nível de detalhe de que a televisão norte-americana dispõe é “mínimo”.

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“A segurança da nossa equipa de jornalistas na Ucrânia e nas regiões circundantes é a nossa maior prioridade e é da maior importância”, lê-se na nota. “Este é um alerta duro para todos os jornalistas que estão a pôr as suas vidas em risco todos os dias para trazer notícias de uma zona de guerra”.

A notícia já foi, entretanto, comentada pela Casa Branca, com a porta-voz, Jen Psaki, a assegurar que “os pensamentos do Governo, do Presidente, estão com o jornalista, a família e a Fox News” e a garantir a uma colega da mesma televisão que, apesar de não ter ações previstas para responder a ataques à imprensa, a administração Biden tem “liderado” a aplicação de sanções e respostas às ações da Rússia, “que afetam ucranianos e agora alguns norte-americanos”.

Também o Presidente da Associação dos Correspondentes, Shaun Tandon, emitiu um comunicado expressando o “horror” que a associação sentiu ao saber da notícia: “Conhecemos o Ben por ser caloroso, bem humorado e extremamente profissional. Desejamos-lhe uma recuperação rápida e pedimos grandes esforços para proteger os jornalistas que estão a providenciar um serviço de valor incalculável na cobertura da Ucrânia”.

A procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova, já tinha referido o ataque contra um jornalista, garantindo que esta é mais uma prova da violência russa contra civis. Ainda antes de ser conhecida a identidade de Hall, referira que os ferimentos seriam “sérios” e que o ferido estaria numa unidade de cuidados intensivos.

Segundo a CNN, o jornalista britânico começou a sua carreira precisamente como correspondente de guerra, trabalhando no Médio Oriente e África para jornais e agências do New York Times e BBC à Agence France-Presse. Entrou na Fox em 2015, onde esteve a fazer reportagem em zonas de conflito como a Síria, o Iraque e o Afeganistão, tendo escrito um livro sobre o Daesh.

Atualmente, Hall trabalha a partir de Washington e há poucas semanas foi enviado para a Ucrânia para cobrir a guerra. Tinha sido notado, sobretudo nas redes sociais, na semana passada, depois de ter defendido a cobertura noticiosa da Ucrânia em direto quando um colega da mesma televisão, o pivô Greg Gutfeld, afirmou que a imprensa estaria a manipular emocionalmente o público para vender uma narrativa favorável à guerra.

Em direto, Hall respondeu “do ponto de vista de alguém no terreno”: “Quero dizer que isto não são os media a tentar fabricar uma resposta emocional. É uma catástrofe absoluta e as pessoas apanhadas no meio disto é que estão a sofrer”.

A notícia chega, de resto, um dia depois de outro jornalista e realizador — Brent Renaud — ter sido morto perto de Irpin, quando era acompanhado pelo jornalista Juan Arredondo, que também ficou ferido, a filmar refugiados que tentavam fugir do país.

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Nesta altura multiplicam-se as reações de colegas da Fox e outros jornalistas, todos lamentando o ataque e pedindo que os pensamentos ou orações estejam com Hall.