O governo alemão anunciou esta terça-feira um plano para combater os grupos de extrema-direita no país. Um dos objetivos da ação passa pela retirada de armas e respetivas licenças a cerca de 1.500 suspeitos de pertencerem a movimentos extremistas, assim como um controlo mais apertado no registo de quem pretender adquirir armas de fogo.

A extrema-direita, segundo a ministra do Interior Nancy Faeser, é a maior ameaça para a democracia na Alemanha e as autoridades pretendem combater o problema através de medidas mais duras, conta a Associated Press.

Queremos destruir as redes extremistas da direita radical“, explicou a ministra. Nancy Fauser considerou ainda que estas medidas incluíam o escrutínio de fluxos de dinheiro que beneficiassem este tipo de grupos, e que podiam incluir negócios de merchandising, festivais de música e eventos de artes marciais.

Em relação à difusão das ideologias radicais na internet, o objetivo das autoridades alemãs passa pelo combate ao incitamento extremista realizado com recurso a redes sociais, além do combate às teorias de conspiração criadas online.

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Outro objetivo das autoridades alemãs prende-se com a identificação de elementos ligados a agências governamentais e forças de segurança que possam estar envolvidos em grupos de extrema-direita. O diretor do Departamento Federal da Proteção da Constituição da Alemanha (BfV), Thomas Haldenwang, explicou que um relatório sobre elementos extremistas em cargos governamentais seria divulgado nos próximos meses.

Na semana passada, um tribunal alemão considerou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como suspeito de ameaça à democracia, o que permite ao BfV classificar o partido anti-islâmico e anti-imigração como “um caso suspeito de radicalismo de extrema-direita”.

Esta classificação dá luz verde ao BfV para aceder às comunicações do partido, além de utilizar informadores infiltrados no partido.

Embora os atuais líderes do AfD tenham afirmado que o partido se distanciou dos seus membros mais radicais, os juízes do tribunal em Colónia consideraram que alguns elementos desta ala ainda exerciam “significante influência“.

O tribunal, explica o The Guardian, criticou ainda o partido por manter membros que acreditavam que “as pessoas alemãs deveriam ter a sua etnia intacta e que os ‘estrangeiros’ deveriam ser excluídos tanto quanto possível“.