A Fitch cortou esta segunda-feira a previsão para o crescimento do PIB mundial este ano para 3,5%, sendo que no caso da zona euro a agência reviu em baixa a estimativa para 3% e nos EUA para 3,5%.
No seu “Global Economic Outlook” de março deste ano, publicado esta segunda-feira, a agência reduziu a sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para este ano em 0,7 pontos percentuais (p.p.) para 3,5%. No caso da zona euro a redução é de 1,5 p.p., para 3%, e nos EUA de 0,2 p.p., para 3,5%, destacou.
“Isto reflete o peso dos preços de energia e uma aceleração dos aumentos taxas de juro nos EUA mais rápido do que antecipado”, indicou a Fitch, salientando que desceu a sua previsão para o crescimento mundial também em 2023, em 0,2 p.p., para 2,8%.
A agência disse que o plano da União Europeia (UE) para a redução de dois terços das importações de gás russo até ao fim deste ano “parece ambicioso”, de acordo com a análise publicada esta segunda-feira.
“A guerra na Ucrânia e as sanções económicas à Rússia colocaram os abastecimentos globais de energia em risco. É improvável que as sanções sejam revogadas em breve”, destacou a entidade.
“A Rússia fornece cerca de 10% da energia mundial, incluindo 17% do gás natural e 12% do petróleo”, referiu a agência, destacando que, entre os efeitos do conflito, além da redução de poder de compra dos consumidores, devido ao aumento dos preços “pode existir mesmo escassez e racionamento de energia na Europa“.
A Fitch recordou o plano anunciado pela UE para assegurar a segurança do abastecimento durante o próximo inverno, caso o fornecimento de gás russo seja reduzido e que inclui incentivos e estratégias de partilha de custos entre Estados-membros, bem como esforços para assegurar importações de gás natural liquefeito (GNL) de outros locais que não a Rússia, bem como uma aceleração do investimento em energia renovável.
“O plano alude à possibilidade da redução da procura de importações de gás russo em dois terços antes do final de 2022. Isto parece ambicioso, na opinião da Fitch”, indicou, alertando que os elevados volumes de importação de GNL necessários face ao tamanho de mercado levarão a uma concorrência “feroz”.
Ainda assim, referiu a Fitch, é altamente provável que haja apoio orçamental coordenado da UE para ajudar a aliviar o efeito do aumento dos preços nas famílias e empresas.