O CDS-PP reúne-se em congresso sábado e domingo em Guimarães, para eleger o novo presidente, que vai suceder a Francisco Rodrigues dos Santos, depois de pela primeira vez perder a representação na Assembleia da República.

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O 29.º Congresso vai decorrer no Pavilhão Multiusos de Guimarães (distrito de Braga) e há 10 moções de estratégia global em debate, não tendo sido apresentada nenhuma moção setorial.

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Neste congresso eletivo há quatro candidatos assumidos: Nuno Melo (o único eurodeputado do partido e líder da distrital de Braga), Miguel Mattos Chaves (ex-líder da concelhia da Figueira da Foz e vogal da Comissão Política Nacional), Nuno Correia da Silva (antigo vereador da Câmara de Lisboa e vogal da Comissão Política) e Bruno Filipe Costa (militante e antigo membro da concelhia de Lisboa).

Além destes militantes, apresentaram moções de estratégia global os militantes José Seabra Duque e Octávio Rebelo da Costa, além da Juventude Popular, da Tendência Esperança em Movimento e da Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos.

Também um conjunto de 11 presidentes de distritais afetos a Francisco Rodrigues dos Santos subscreveram uma moção que adota o lema da campanha das eleições legislativas “Pelas mesmas razões de sempre” e é baseada na moção que o líder cessante levou ao congresso de há dois anos.

As moções de estratégia global são votadas em alternativa e são uma espécie de primeira volta para escolher o líder. Quem vencer, por norma, apresenta uma lista candidata à comissão política nacional.

A apresentação de uma moção de estratégia não implica, segundo os regulamentos e os estatutos do CDS, uma candidatura à liderança.

No entanto, “as candidaturas à presidência do partido e à Comissão Política Nacional são apresentadas pelo primeiro subscritor de uma moção de estratégia global”, refere o regulamento do congresso.

Os estatutos centristas permitem também o surgimento de candidatos à liderança durante o congresso.

De acordo fonte da organização do congresso, estarão presentes cerca de 1.500 delegados, entre perto de 1.200 eleitos em listas, e inerências.

O 29.º congresso realiza-se dois meses depois das eleições legislativas de 30 de janeiro, nas quais o CDS-PP teve o pior resultado da sua história (1,6%) e perdeu a representação parlamentar.

Ainda na noite eleitoral, depois de conhecidos os resultados, Francisco Rodrigues dos Santos, que tinha sido eleito em fevereiro de 2020, derrotando João Almeida, demitiu-se da presidência do partido.

O líder demissionário vai marcar presença na reunião magna no sábado ao final da manhã e vai dirigir-se aos congressistas, disse à Lusa uma fonte próxima de Rodrigues dos Santos.

De acordo com o programa do congresso, estão previstas, na abertura do congresso, intervenções do líder da concelhia e do líder da distrital, Nuno Melo, candidato a líder.

No primeiro dia do congresso serão apresentados, discutidos e votados os relatórios dos órgãos nacionais, seguida da apresentação das moções de estratégia global. Durante a tarde, os documentos que visam “fixar a orientação geral do partido” serão discutidos, o que deverá prolongar-se pela noite, e pelas 22h00 arranca a votação, devendo os resultados ser conhecidos na madrugada de domingo.

No domingo de manhã serão eleitos os novos órgãos nacionais do CDS-PP para o mandato 2022/2024 e o congresso deverá terminar com o discurso de consagração do novo líder.

Quanto a antigos líderes, está prevista a presença e uma intervenção por parte de Manuel Monteiro e também se inscreveu no congresso Paulo Portas, mas ainda não está confirmado se irá a Guimarães.

O CDS-PP saiu das crises que atravessou devido a maus resultados nas eleições de 1991 e 1998 com a eleição de novos líderes, Manuel Monteiro e Paulo Portas, e com mudanças de estratégia, um pela direita, o segundo pelo centro.

O 29.º congresso esteve marcado para novembro, e seria em Lamego, mas foi cancelado devido à crise política que resultou em eleições antecipadas.