O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vitor Ramalho, criticou esta quinta-feira que nas últimas campanhas para as legislativas a lusofonia tenha estado ausente do debate político.
“Em todos os debates das legislativas do últimos anos, alguém falou da importância da comunidade portuguesa espalhada pelo mundo? Desculpem ir mais longe, alguém falou da lusofonia?”, questionou Vitor Ramalho, respondendo de seguida: “Não, não falou”.
Hoje há uma vocação para o pragmatismo de navegação à bolina, que é isso que conta. Mas não é só isso que conta. Nós temos de assumir um rumo de marcha para o futuro”, defendeu.
Rumo que, no entender de Vitor Ramalho, passa pela escolha de um caminho para Portugal, que passa pela “Europa, claro”, mas pelo mundo lusófono também.
“É o que temos como identidade para aportar e como contributo para as relações à escala global, que nos valorize e valoriza os outros, numa lógica de entreajuda”, justificou.
Vitor Ramalho falava na quinta sessão do Fórum Permanente – Debates da Lusofonia, subordinado ao tema “A Língua Portuguesa, a Lusofonia e o Bicentenário do Brasil”, que decorreu online e de modo presencial, na sede da UCCLA, em Lisboa.
Em declarações à Lusa, no final do encontro, Vitor Ramalho precisou que “aquilo que teve a ver com a afirmação de Portugal no mundo” esteve ausente das últimas campnahas eleitorais.
A abertura do fórum contou com as intervenções de Vitor Ramalho e de Isabel Leitão, autora e mentora da Gala Prémios da Lusofonia.
O primeiro painel contou com a participação de Edmilson Caminha, professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, e Lauro Moreira, embaixador do Brasil e presidente do Observatório da Língua Portuguesa.