“Tenho grande esperança de que vamos levar este país para uma fase de recuperação”, disse Marine Le Pen, quando os resultados (ainda muito provisórios) das eleições presidenciais francesas lhe davam já um segundo lugar consolidado e o bilhete para a reedição da segunda volta de 2017.
Os resultados deste domingo abrem caminho a uma segunda volta a 24 de abril, com os dois protagonistas esperados: Marine Le Pen e Emmanuel Macron. Ao final da noite, o levantamento oficial do sufrágio francês dava 23% do total de votos à candidata da União Nacional e 27,6% ao atual presidente francês.
Poucos minutos depois de encerrarem as urnas, Le Pen aproveitou o seu primeiro discurso da noite eleitoral para preparar o próximo duelo com Macron. “Vou ser a Presidente de todos, a vossa Presidente”, disse a candidata. Com o apoio declarado de Éric Zemmour (o candidato da extrema-direita à direita da União Nacional de Le Pen) para a segunda volta (e que viria a ser reforçado com o apoio de Nicolas Dupont-Aignan, da direita conservadora), Le Pen traçou o plano:
A minha ambição é unir os franceses num projeto que junte as gerações num destino invencível. Apelo a todos os franceses, de todas as sensibilidades, de direita ou esquerda, de todas as origens que se unam a nós para construirmos com convicção e entusiasmo uma grande vitória”
No próximo dia 24 de abril, dia em que os eleitores franceses regressam às urnas, haverá uma escolha a fazer, disse Le Pen, “entre duas visões que se opõem”. De um lado, está a “desordem” e, do outro, “a justiça social”.
E deixou um recado ao seu adversário: “Tentou lutar contra algo tão fundamental na Europa. É que a Europa é feita de países individuais e povos individuais.” Le Pen acusou ainda Macron de “favorecer alguns em prol de outros”.
Vão defender a língua francesa, a nossa civilização, a nossa cultura, o nosso modo de vida, em que as pessoas apoiam os nossos valores de uma sociedade secular, de igualdade entre homens e mulheres”, disse Le Pen, dirigindo-se aos seus eleitores.
Tanto para Macron como para Le Pen, estes resultados são melhores do que os obtidos na primeira volta das eleições presidenciais de 2017.