Volodymyr Zelensky disse, esta noite, na habitual mensagem gravada, que falou com os primeiros-ministros do Reino Unido (Boris Johnson) e da Suécia (Magdalena Andersson) sobre o reforço das sanções à Rússia e a situação em Mariupol — que, diz, continua “severa” e é “desumana”. E pede um “papel decisivo” ao Ocidente em eventuais negociações que tenham lugar para resolver o conflito na cidade.

“A Rússia está deliberadamente a tentar destruir toda a gente que está em Mariupol”, acusou. Para resolver o conflito naquela cidade portuária, atualmente controlada pelas forças russas, Zelensky pede uma de duas vias. Uma opção será, defende, o envio de mais armas e aviões para ajudar a Ucrânia a “reduzir a pressão dos invasores sobre Mariupol e desbloqueá-la”. Outra opção é a abertura de uma “via de negociação, na qual o papel dos parceiros deve ser decisivo”.

“Quero ser ouvido agora mesmo: não houve um único dia desde o bloqueio de Mariupol em que não tenhamos procurado uma solução. Militar ou diplomática, tudo para salvar as pessoas. Mas encontrar essa solução é extremamente difícil. Até agora, não existe uma opção 100% válida”, defendeu.

Zelensky diz que ouviu “muitas intenções” de apoio por parte de quem está em posição de exercer influência internacional, mas “nenhuma foi ainda concretizada”. E assegura: “Não vamos abandonar esses esforços”.

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Zelensky promete alojamento temporário aos deslocados internos cujas casas foram destruídas

Zelensky comprometeu-se ainda a assegurar alojamento temporário aos civis cujas casas foram “destruídas na guerra”. “Hoje estabeleci uma missão [para o Governo] de forma a garantir alojamento temporário a todos os nossos deslocados internosnuma primeira fase. Aqueles cuja casa foi destruída na guerra. Alojamento temporário até reconstruirmos as suas casas. Ou até que as pessoas recebam uma compensação em metros quadrados ou dinheiro”, anunciou.

Essa será a primeira fase de um plano governamental focado na habitação que Zelensky quer pôr em prática. A segunda fase implica uma reconstrução mais ampla daquilo que “os invasores tentaram destruir”. E na terceira fase vai “dar casa a todos os que defenderam ou estão a defender o Estado, que trabalharam ou estão a trabalhar no interesse da sociedade e que não têm a sua própria casa”.

“Não pode voltar a acontecer que uma pessoa que dedicou a vida inteira ao serviço militar se reforme sem ter o seu próprio apartamento”, defendeu. Para esse plano estão já envolvidos arquitetos e parceiros internacionais.

Além disso, Zelensky diz que está a ser preparado um projeto de memorial que “vai contar a história da ponte destruída na região de Kiev que ligava Irpin e Bucha”.

O Presidente ucraniano reconhece que “há muito trabalho” a fazer na reconstrução do país. “A tarefa não é apenas reconstruir fisicamente as casas, os apartamentos, as pontes e as estradas, os negócios e as infraestruturas sociais que foram destruídas pelas tropas russas”, frisa, considerando que esta é uma oportunidade para “resolver muitos problemas antigos” a nível de planeamento urbano e sustentabilidade das cidades, para uma “modernização real das cidades ucranianas”.