Entre 1992 e 2019 foram 6.057 as pessoas que morreram por afogamento em Portugal — a maior parte delas eram adultas, aliás, 38% tinham acima de 65 anos, e 1.649 (cerca de um quarto) destes afogamentos foram intencionais. Estes são os resultados principais, e “alarmantes”, de um estudo conduzido por Catarina Queiroga, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

Apesar de ter sido publicado em Novembro do ano passado na revista Injury Prevention, o estudo está a ser destacado este domingo, dia em que a época balnear abre em várias praias do país, pelo Público.

“Apesar de nos últimos anos, os afogamentos infantis terem diminuído, as mortes por afogamento nos cidadãos com mais de 65 anos, especialmente nos homens, seguem uma trajetória diferente e têm aumentado”, disse ao jornal a investigadora, que defende a criação de um Plano Nacional de Segurança Aquática e Prevenção de Afogamentos, que tenha em conta a saúde mental, medida que é também preconizada pela Organização Mundial da Saúde.

Época balnear abre este domingo em algumas praias do país

Mais de metade das pessoas que, ao longo deste período, puseram fim à vida através do afogamento — 937 — tinham mais de 65 anos. Segundo a investigadora, cujo trabalho espartilhou as mortes por afogamento em três categorias — não intencionais, intencionais (o que inclui suicídios e homicídios), e por transporte aquático (em que se incluem, por exemplo, os pescadores que caem ao mar e acabam por morrer) —, este número pode ainda pecar por defeito, “poderão existir muitos mais”, disse. “É preciso perceber as causas destes suicídios detalhadamente porque só estamos a classificá-los. Não estamos a ver se havia a utilização de medicação ou outras doenças associadas.”

De entre o total de 6.057 pessoas que morreram por afogamento em Portugal nos 27 anos analisados, 232 eram crianças entre os zero e os 4 anos; 255 tinham entre 5 e 14 anos; 266 entre 15 e 19; 740 entre 20 e 34; 2.255 entre 35 e 64; e 2.309 tinham mais de 65 anos.

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