“Evolução da equipa? Obrigado mas não sou muito humilde, por isso tenho que concordar. Teríamos perdido esta partida há cinco meses. Começámos a pressionar, tivemos coragem. Os nossos defesas depois pararam de avançar. Foi um resultado aceitável de qualquer maneira. Agora tenho que estar focado no Bolonha, queremos jogar a Liga Europa. Temos um quinto lugar nas nossas mãos. O Leicester é uma equipa de profundidade, ganharam mais construção de jogo com Brendan Rodgers. Será um jogo para ser jogado com mais cabeça do que com emoção. Obviamente, precisamos dos nossos fãs. Se vencermos, estamos na final, mas será preciso cabeça”, tinha comentado José Mourinho após o empate em Leicester.

O “Fator X” está sempre presente: Roma de José Mourinho empata em Leicester e está a uma vitória de nova final europeia

Num final de temporada com vários compromissos sem margem de erro de quatro em quatro dias, a Roma tinha conseguido um resultado positivo em Inglaterra na primeira mão da meia-final da Conference League que deixava tudo em aberto para o Olímpico mas enfrentava mais um jogo complicado em casa frente ao Bolonha, equipa de meio da tabela que tem criado muitas dificuldades aos primeiros classificados (e que continua sem contar com o seu treinador principal, Sinisa Mihajlovic, devido a uma leucemia), sabendo que a Lazio tinha ganho mas que a Fiorentina perdera em San Siro, o que poderia permitir uma “fuga” da equipa viola quando ficavam por disputar apenas três jornadas. E a própria equipa era uma dúvida.

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Por um lado, e por mais do que uma vez sobretudo na primeira metade da época, o técnico português foi assumindo que não tinha profundidade no banco para promover grandes alterações na equipa sob pena de perder muita competitividade e hipotecar resultados. Por outro, sabia que a partida frente ao Leicester na quinta-feira vai ser um duelo de uma temporada, intenso, desgastante, emocionante. Era uma questão de risco mas José Mourinho não se coibiu de mexer na equipa, fazendo descansar seis titulares do encontro a meio da semana: Smalling, Karsdorp, Zalewski, Pellegrini, Mkhitaryan e Tammy Abraham.

Com mais uma grande casa no Olímpico, a primeira parte acabou por confirmar essa falta de rotinas na equipa romana, que teve sempre em Carles Pérez um dos elementos mais ativos no ataque e com alguns remates com perigo à baliza de Skorupski, em especial um aos 38′ com defesa apertada do polaco. Todavia, e no lado contrário, o Bolonha foi conseguindo ter mais bola e aproveitou sobretudo os espaços que iam ficando para as transições para chegar com perigo à baliza de Rui Patrício, importante a travar três tiros do inevitável avançado Arnautovic para levar o encontro ainda com um nulo para intervalo.

O encontro manteve as mesmas características, com alguma agitação também no banco dos romanos que levou mesmo à expulsão do técnico de guarda-redes Nuno Santos, e Mourinho não demorou a deixar uma mensagem à equipa com quatro substituições a meia hora do final, fazendo entrar Karsdorp, Zalewski, Pellegrini e Abraham. Kumbulla, na sequência de duas bolas paradas, voltou a ameaçar o golo numa fase em que a Roma estava bem melhor no jogo mas Skorupski. No entanto, não chegou. E o nulo, que podia ser pior nos descontos com uma bola de Musa Barrow no poste da baliza de Rui Patrício (um dos melhores) permitiu que a Lazio encostasse ao rival com 59 pontos no quinto lugar, ao mesmo tempo que fechou todas as contas dos apurados para a Liga dos Campeões que serão AC Milan, Inter, Nápoles e Juventus.