O novo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António Feijó, salientou terça-feira, no discurso de posse, o profissionalismo e o “trabalho discreto” dos colaboradores que asseguram o dia-a-dia da instituição.

O professor de Literatura António Feijó tomou posse esta terça-feira em Lisboa como sétimo presidente do conselho de administração da Fundação, que pela primeira vez é dirigida por alguém que não é da área da Economia ou do Direito.

António Feijó eleito presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

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No discurso desta terça-feira realizado na Sala de Honra da Fundação Calouste Gulbenkian, a primeira mensagem foi para todos os trabalhadores da Fundação, a quem reconheceu o trabalho “discreto”, mas essencial.

“Quem sai de um concerto à noite vê as luzes de gabinetes, e não é apenas a do secretário-geral, que permitem que o concerto do dia seguinte se faça”, disse, num tom bem-humorado, o novo presidente eleito em dezembro do ano passado.

O professor catedrático sucede assim no cargo a Isabel Mota, a primeira mulher presidente do concelho de administração da Gulbenkian.

“A Fundação sempre me fascinou de uma forma única: é um universo mágico particularmente rico onde se cruzam saber, independência, reflexão, cultura, natureza, um lugar no nosso imaginário coletivo onde tudo nos toca e enriquece. E, sobretudo, o desígnio fundamental da filantropia: De fazer bem, o bem!”, disse Isabel Mota, perante uma sala cheia que no final aplaudiu de pé a sua intervenção.

Isabel Mota lembrou que António Feijó integra o conselho de administração desde 2018, como administrador não-executivo, “onde ficou patente a sua abrangência de interesses e a sua curiosidade intelectual, que não é seguramente alheia ao seu notável percurso académico”.

Já o professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pró-reitor da Universidade de Lisboa reconheceu o “desafio difícil” de definir quais os fins que a instituição deve atingir, lembrando também a missão filantrópica.

Sobre o património da Fundação, António Feijó recordou que “o ativo atingiu um máximo histórico no ano de 20/21”, mas “nenhuma fundação filantrópica alguma vez dispõe de todos os bens necessários para a sua atividade”.

No entanto, o novo presidente salientou a importância de uma “gestão prudente do seu património” que garanta a perpetuação da instituição.

António Feijó é o sétimo presidente da instituição que começou por ser presidida pelo advogado de Calouste Gulbenkian, José Azevedo Perdigão, entre 1956 e 1993. Seguiu-se o professor catedrático da universidade de Coimbra, António Ferrer Correia, e depois Victor Sá Machado, também da área do Direito. Emílio Rui Vilar, Artur Santos Silva e Isabel Mota foram os presidentes já deste século que antecederam António Feijó.