A recondução da historiadora de arte Emília Ferreira no cargo de diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado (MNAC-MC), em Lisboa, é publicada em despacho no Diário da República (DR), esta terça-feira.

O despacho 5270/2022 contém a designação, em comissão de serviço, da historiadora de arte por um período de três anos, renovável por duas vezes, por igual período, com efeitos a 1 de março de 2022, e é assinado pelo diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos.

A recondução tinha sido anunciada a 4 de março último pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), na sequência de um concurso público internacional para o MNAC-MC e a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, também em Lisboa.

No despacho, a designação de Emília Ferreira é sustentada “em virtude de ter evidenciado, em resultado do procedimento concursal realizado, reunir as condições exigidas para o cargo a prover e possuir a competência técnica, aptidão, formação e experiência profissional necessárias” para o seu exercício.

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O concurso para a direção do MNAC-MC abriu, a par de outros, em junho de 2020, tendo o júri sofrido uma alteração, em agosto do ano passado.

Maria Emília de Oliveira Ferreira, nascida em Lisboa, em 1963, era diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea — Museu do Chiado e da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves desde dezembro de 2017.

A historiadora de arte é também professora universitária, conferencista, curadora, educadora pela arte, programadora, organizadora de eventos científicos, e autora de ficção.

Como diretora dos dois museus, fez parte do grupo de projeto Museus no Futuro, tendo sido, em junho de 2019, eleita representante dos diretores dos museus nacionais e, em janeiro de 2020, foi eleita vice-presidente do Conselho de Museus, sendo ainda representante da Academia Europeia de Museus em Portugal.

Emília Ferreira é licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre e doutora em História da Arte Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa.

Curadora de exposições de artes plásticas desde 1998, colabora com o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian desde 1997.

Foi membro da equipa da Casa da Cerca — Centro de Arte Contemporânea, de abril de 2000 a novembro de 2017, como programadora, investigadora, curadora e educadora, assumindo a curadoria e organização de perto de uma centena de exposições, com mais de cem textos escritos, entre ensaios, biografias e entrevistas.

Comissariou várias dezenas de exposições, nomeadamente no Museu de Pontevedra, em Espanha, no Museu Arpad Szenes — Vieira da Silva e no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, em Lisboa, e tem publicadas três dezenas de livros, entre eles “Paula Rego. Rehearsal. Um ensaio sobre o Amor” (2019) e “Lisboa em Festa: A Exposição Retrospetiva de Arte Ornamental Portuguesa e Espanhola. Antecedentes de um Museu” (2017).

Para o público infantil, é autora, entre outros, com Cristina Gameiro, dos dez volumes sobre Arte Moderna e Contemporânea, “A minha primeira coleção”, da editora A Bela e o Monstro (2014).

A DGPC tem vindo a anunciar, em várias fases, o resultado dos concursos públicos internacionais para o preenchimento de cargos de direção nos museus, monumentos e palácios nacionais.

Estão ainda a decorrer concursos para as direções do Museu Nacional da Música, em Lisboa, e para o Mosteiro de Alcobaça.

A realização de concursos para as direções dos equipamentos culturais da DGPC – pela primeira vez com dimensão internacional — enquadra-se no novo regime jurídico de autonomia de gestão, e tem estado a decorrer em três fases.

Em setembro de 2020, a DGPC tinha indicado à Lusa que os concursos, lançados em maio e junho desse ano, receberam um total de 146 candidaturas, entre as quais 32 de cidadãos estrangeiros, a maior parte de Espanha e Brasil.

Depois da fase de receção de candidaturas, seguiram-se a seleção legalmente definidas para este tipo de procedimento concursal, nomeadamente a avaliação dos candidatos por júris.

Quando o novo regime jurídico de autonomia de gestão dos museus entrou em vigor, em junho de 2019, mais de metade dos diretores dos museus e monumentos da DGPC ficaram em regime de substituição, a aguardar concurso.

No quadro do novo regime, os diretores passam a ser recrutados através de concursos públicos, entre candidatos com vínculo ou sem vínculo à administração pública, em Portugal ou no estrangeiro, para comissões de serviço de três anos, com a limitação máxima de dez anos.