A sueca Klarna, fintech que permite fazer compras online a prestações, anunciou esta quarta-feira a abertura de um novo hub de desenvolvimento de produto em Lisboa. O centro “visa criar 500 empregos ao longo dos próximos anos”. Todavia, a empresa não se compromete a dizer o número exato de anos.

A Klarna, que chegou a Portugal em novembro de 2021, pretende atrair “cada vez mais talentos de topo, tanto locais como internacionais” e recrutar “em funções de desenvolvimento de produto, incluindo engenheiros, gestores de produtos e analistas”. Nove vagas já estão abertas no site da fintech. A empresa tem atualmente dois espaços, em Lisboa, que contam com “cerca de vinte pessoas”. O local do hub ainda não está fechado e a Klarna está à procura de um novo espaço onde seja possível sediar o centro de desenvolvimento de produto.

Alexandre Fernandes, representante da empresa no mercado português, salientou em conferência de imprensa que se sente “muito orgulhoso” pela abertura do hub, “um compromisso, uma aposta [da Klarna] não só em Portugal, como também nos portugueses, que vai posicionar Lisboa num sweet spot nos próximos anos”.

Este hub em Lisboa mostra o nosso compromisso com Portugal, para criar emprego, apoiar o talento local e a economia local“, reforçou Yaron Shaer, chief tecnology officer (CTO) da Klarna, que não revelou o valor do investimento que a empresa fará em Lisboa, garantindo apenas que será “considerável”.

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Contamos com a ajuda das autoridades nacionais para trazer talento de fora para juntar às pessoas que vamos contratar aqui”, explicou ainda Yaron Shaer.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse aos jornalistas estar “muito feliz” e que este era “um bom dia para Lisboa”. “É um dia muito importante para nós principalmente porque Lisboa quer ser uma capital de inovação”.

O autarca afirmou que Lisboa tem “todos os ingredientes” — o talento, a qualidade de vida, a ciência, a cultura — para se tornar num “grande centro de inovação da Europa”. Salientando que a capital é “muito atrativa”, nomeadamente para os nómadas digitais, Carlos Moedas disse que o novo centro é bom para a empresa, mas também para a cidade portuguesa. “Precisamos de mais Klarnas, precisamos de mais pessoas que olhem para Lisboa e apostem cá”.

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“Quando desafiei Lisboa com a fábrica dos unicórnios, todos me apontaram como demasiado ambicioso, mas aos poucos as empresas estão a chegar”,  referiu Carlos Moedas, que garantiu que a autarquia está disponível para ajudar a empresa a instalar este novo hub. Porém, deixou uma ressalva. “O papel do presidente da Câmara de Lisboa é garantir as melhores condições possíveis para os investidores, mas sempre sem favorecer uns em detrimento de outros”.

A empresa conta com mais de sete mil colaboradores em todo o mundo, dos quais 1.800 estão focados em engenharia. Dados recentes indicavam uma falta destes profissionais em Portugal. Questionado pelo Observador, na conferência, sobre esta realidade, Carlos Moedas considerou que muitos engenheiros “estão num mercado global, têm a oportunidade de ir para fora e acabam por não ficar em Portugal”. Apesar de elogiar a qualidade de formação das faculdades portuguesas, o autarca considerou que as empresas têm de pagar salários mais elevados e ressalvou que a vinda de empresas internacionais como a Klarna para o país poderá ajudar a fixar talento e dar “oportunidade a muitos para ficar em Portugal”.

Fundada em 2005, a Klarna afirma que pretende revolucionar a indústria da banca a retalho, permitindo pagamentos parcelados “sem taxas e sem juros” em compras online através do site ou da aplicação da empresa. Com uma avaliação de 45,6 mil milhões de dólares e marcas parceiras como a Adidas ou a Samsung, a fintech está presente em 45 mercados e o hub em Lisboa vai juntar-se a outros centros localizados em Estocolmo, Berlim, Giessen, Milão, Mannheim, Madrid, Toronto e Gotemburgo.