No ano em que completa quatro décadas na liderança do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa voltou a sagrar-se campeão nacional, pode ainda conquistar a Taça de Portugal e viveu mais um ano de conquistas no Dragão. Este sábado, logo depois da vitória na Luz e da consequente confirmação do título, o presidente dos dragões não se travou na hora de atribuir mérito a Sérgio Conceição.
“O Sérgio é um dos obreiros. O treinador de qualquer campeão é um dos obreiros… Os jogadores, os adeptos, todos em conjunto, com comunhão de ideias e a mesma vontade, levam a equipa ao título. O Sérgio, muitíssimo… É ele que inspira estes jogadores a transcenderem-se todos. O ambiente está fantástico, está uma alegria enorme, sentiram reconhecido o seu trabalho durante todo o ano, sabem que foram justos vencedores. Se não fosse hoje, seria certamente com o Estoril. Mas assim é mais uma semana desinibida”, disse Pinto da Costa em declarações à SIC Notícias.
Mais à frente, também sobre o treinador, o presidente do FC Porto abordou o futuro de Sérgio Conceição e relativizou a questão de a cláusula de rescisão poder ser quebrada por outro clube. “É verdade que tem uma cláusula de rescisão mas era preciso que ele quisesse sair e não acredito que ele queira sair. Ainda tem muito a vencer no FC Porto, é muito novo, tem tempo para seguir a carreira noutros clubes mais poderosos e mais ricos. Mas está tão imbuído neste projeto que não acredito que, mesmo assediado, tenha vontade de sair. Já nos aconteceu com dois treinadores, José Mourinho e Villas-Boas, para o Chelsea. Villas-Boas fê-lo a oito dias de começar o Campeonato, o que nos criou grandes problemas. Qualquer treinador que tenha cláusula, pode usá-la. Mas não acredito nem estou preocupado, porque o Sérgio Conceição está de tal forma imbuído no espírito do Dragão que, sinceramente, não acredito. Está focado na Taça e quando acabar tenho a certeza de que o foco dele vai ser a Supertaça, para ganhar outro troféu”, atirou, ele que no balneário recebeu a camisola de Zaidu, o herói improvável do Clássico.
“Tivemos uma tática excelente, que o nosso mister engendrou para este jogo. Soube fazer as substituições certas. Foi uma vitória de todos mas sobretudo do Sérgio Conceição, que preparou ao pormenor”, acrescentou Pinto da Costa, revelando depois que não se cruzou com Rui Costa na Luz. “Foi toda a gente muito simpática, até cumprimentámos grandes glórias do Benfica como o Toni, o José Augusto… A única pessoa que não sei se estaria cá, porque não a vi nem antes, nem durante nem no fim, foi o presidente Rui Costa. Não sei se estava cá mas se estava e não me cumprimentou, só ele pode dizer o porquê. Quando foi ao Dragão, tive o cuidado de o colocar na primeira fila”, disse o presidente dos dragões.
Por fim, sobre a polémica relacionada com a arbitragem de Luís Godinho e o golo anulado pelo VAR a Darwin, Pinto da Costa afastou qualquer tipo de assunto. “Mal de mim se, ao fim de 40 anos, ainda ligasse às polémicas criadas pelos homens da imprensa dos clubes ou os ‘paineleiros’ das televisões. Têm as cartilhas mas não me preocupa absolutamente nada, não me afeta. Traçámos um rumo, traçámos uma meta para atingir e todos juntos passámos por cima disso. Só assim é que é possível vencer”, terminou.