Se durante largas semanas o assunto no mundo do MotoGP quando não existiam qualificações ou corridas passava pela composição das equipas para 2023, os últimos dias ficaram marcados pela decisão da Suzuki de abandonar o Mundial, confirmada em comunicado pela equipa nipónica após reunião com a Dorna, que é a promotora da competição. “A situação económica e a necessidade de centrar esforços nas grandes mudanças que o mundo automóvel está a enfrentar nestes anos estão a forçar a Suzuki a deslocar os custos e os recursos humanos para o desenvolvimento de novas tecnologias”, explicou a marca.

Suzuki em negociações para abandonar Mundial de MotoGP

Assim, e de forma surpreendente, dois dos pilotos mais regulares dos últimos dois anos, incluindo até um campeão no ano de 2020 (Joan Mir, que faz parelha com o compatriota espanhol Álex Rins), viam também o seu futuro tornar-se numa incógnita, o que poderia mexer depois com todo o dominó da próxima época. No entanto, esse cenário não parecia mexer com aquilo que será o futuro de Miguel Oliveira, que continua a ser apontado à Yamaha mediante a continuidade ou não do campeão e líder Fabio Quartararo. “Ainda não tenho quaisquer novidades sobre o meu futuro. Espero ter novidades no final deste mês ou no início do próximo. Basicamente é isso. Agora estou focado em competir e dar o meu melhor”, destacou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O foco do português passava pela parte da época realizada na Europa, que começou com um quinto lugar em Portimão no Grande Prémio do Algarve e a 12.ª posição no Grande Prémio de Espanha, uma espécie de “mal menor” depois de ter partido do 21.º posto da grelha. Esse era um dos pontos que pretendia melhorar em Le Mans, no Grande Prémio de França. No entanto, nem ele nem a equipa conseguiram essa resposta no primeiro dia de treinos livres que se alargou também aos TL3 que deixaram de fora da Q2 quer Oliveira, quer Brad Binder, entre alguns sustos que levaram mesmo o piloto de Almada ao centro médico.

Miguel Oliveira termina primeiro dia do GP de França com duas quedas e em 21.º

“Duas quedas no primeiro treino é algo que gostaríamos sempre de evitar. Ele tem dores no dedo mindinho esquerdo mas deve estar bem. É mais doloroso por dentro do que no corpo. A primeira queda foi entre as curvas nove e dez, perdeu a traseira. E na segunda, talvez com o pneu frio na volta de saída, perdeu o controlo e teve um grande highside. O mais provável foi ser da temperatura do pneu”, salientou Francesco Guidotti, chefe da KTM, após a primeira sessão de treinos livres. Na segunda, Miguel Oliveira voltou mas não foi além do 20.º registo (1.32,695). Esta manhã, na terceira sessão de treinos livres, acabou em 18.º com 1.31,699, a mais de um segundo de Johann Zarco e a cerca de 0.3 de Brad Binder (14.º).

Por breves segundos, mesmo muito breves, o português ainda esteve em lugar de Q2 no final da primeira volta lançada, caindo depois para a sétima posição da Q1 mesmo rodando mais rápido do que fizera antes. Jorge Martín e Joan Mir dominavam a sessão com tempos na casa do 1.31 baixos até o piloto da Suzuki conseguir mesmo baixar para 1.30,913 na volta em que Miguel Oliveira conseguiu ascender ao quinto lugar à frente do companheiro de equipa Brad Binder, também ele a sentir problemas com a moto. Ambos iriam ainda descer na classificação, com o português a sair de 17.º e o sul-africano a partir de 18.º.

Na Q2, Pecco Bagnaia conseguiu a segunda pole position consecutiva, saindo da primeira linha da grelha de partida com o companheiro de equipa na Ducati Jack Miller e Aleix Espargaró (Aprillia). Fabio Quartararo, campeão mundial e atual líder, não foi além da quarta posição no Grande Prémio do seu país.