Um jogo de parada e resposta desta vez (ou mais uma vez) com recurso a terceiros para decidir quem tem razão: a FC Porto SAD e Jorge Nuno Pinto da Costa anunciaram que vão processar Frederico Varandas, presidente do Sporting, na sequência das declarações que teve no Núcleo do Carregal do Sal.
“Face às declarações falsas e insultuosas proferidas ontem numa cerimónia pública, o Conselho de Administração da FC Porto – Futebol SAD e o seu presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, tomaram a decisão de agir judicialmente contra o presidente do Sporting Clube de Portugal. É à Justiça que compete avaliar ações graves – e reiteradas – de pura piromania mediática”, anunciou em comunicado.
“O senhor Pinto da Costa não é nem nunca poderá ser uma referência do desporto nacional. E eu vou explicar porquê, convidando o senhor Secretário de Estado a ouvir apenas uma escuta, entre muitas que estão disponíveis para qualquer pessoa na internet, do processo Apito Dourado. Destaco esta de 24 de janeiro de 2004 onde, de viva voz, o presidente do FC Porto, senhor Pinto da Costa, por intermédio do empresário de jogadores António Araújo, oferece os serviços sexuais de três prostitutas à equipa de arbitragem liderada por Jacinto Paixão, a quem Pinto da Costa, nessa escuta, chama carinhosamente ‘JP’. É verdade que estas escutas não foram autorizadas pela Justiça portuguesa para uso de prova e o senhor Pinto da Costa foi absolvido do processo também é verdade que elas são reais e aconteceram mesmo. Aqui não é preciso a Justiça dizer o quer que seja para sabermos que Pinto da Costa é um corruptor ativo e alguém que deveria estar banido do dirigismo desportivo há décadas. Difícil é explicar a qualquer cidadão como é que uma pessoa apanhada a dizer isto não é condenada”, apontou entre várias críticas.
De recordar que esta não é a primeira vez que o líder dos azuis e branco avança com um processo contra o seu homólogo, sendo que na outra ocasião em que agiu judicialmente o caso vai mesmo a julgamento. Pinto da Costa apresentou a queixa-crime junto das autoridades por “difamação e ofensas à honra”. As frases que levaram ao processo aconteceram a 23 de outubro de 2020, quando o número 1 leonino, de saída para os Açores no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, respondeu ao presidente dos dragões.
Queixa-crime de Pinto da Costa sobre Varandas por difamação e ofensas à honra vai a julgamento
“Temos de olhar para as pessoas conforme o momento que estão a viver e compreender também o seu passado no próprio clube. A invasão de Alcochete, que é um dia negro no futebol português, mas só teve um beneficiado: o atual presidente. Era o médico da equipa, esteve na final da Taça perdida com o Desp. Aves e depois apareceu como candidato, fazendo um ataque à Juve Leo. Em qualquer claque do mundo há gente má e gente de bem, como entre as pessoas que foram a Alcochete também havia. Acho incrível fazer das claques um inimigo quando muitas vezes são elas que empurram as equipas para as vitórias. Portanto, ele tem que mostrar que está ativo, que é um defensor dos sócios, mas já ninguém vai nisso. No dia em que Frederico Varandas se dedicar à medicina, presta um grande serviço ao Sporting”, apontou Pinto da Costa, após ter sido acusado por Varandas de receber “vassalagem pelos poderes instalados”.
“O senhor Pinto da Costa está habituado a ter do outro lado pessoas com telhados de vidro e pouca coragem, o que não é o caso deste Sporting. Sobre o que ele disse, sobre o ataque de Alcochete, é lamentável ver a colar-se a quem fez aquele ataque, mostra muito de quem é como homem e da sua índole. Indo um pouco atrás, esta semana foi rica. Questionado sobre o Apito Dourado, atirou areia para os olhos das pessoas e disse que é mais um processo em que muitos portugueses são arguidos mas que nada se passou por não haver condenações. Há dois dias fui ao Google e pus ‘Escutas + Apito Dourado’ e ouvi o que ouvi. O que eu oiço é o senhor Pinto da Costa, de viva a voz, o que disse. Pode ter um grande sentido de humor, pode ser culturalmente acima da média, pode ter um currículo cheio de vitórias, mas um bandido será sempre um bandido e no final um bandido será sempre recordado como um bandido. No dia em que se retirar prestará um grande serviço ao futebol português”, responde na altura Frederico Varandas.