São cada vez menos alunos que chumbam ou desistem de estudar. O destaque segue para os mais carenciados, que reduziram o fosso que os separa dos restantes, levando o governo a defender que o “elevador social da educação está a funcionar”.
O relatório “Resultados Escolares: Sucesso e Equidade”, da Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, divulgado esta segunda-feira, indica que o primeiro ano de pandemia não alterou a tendência de melhoria do sucesso académico dos alunos do ensino obrigatório.
No documento, os dados divulgados sobre os alunos que conseguiram concluir um ciclo de estudos sem chumbar ou desistir retratam uma “evolução muito positiva” em todos os ciclos de ensino, que compara os anos letivos entre 2017 e 2020.
Entre os alunos carenciados do primeiro ciclo, registou-se uma melhoria de cinco pontos percentuais: No final do ano letivo de 2018, 77% dos estudantes desfavorecidos terminaram o 4.º ano sem nunca ter chumbado e, três anos depois, a taxa de conclusão subiu para 82%.
Já no segundo ciclo, registou-se uma melhoria de seis pontos percentuais, passando de 86% para 92%.
No terceiro ciclo, onde há mais casos de insucesso, registou-se uma subida de oito pontos percentuais entre os alunos que terminaram em 2018 (70%) e os que terminaram em 2020 (78%).
É no ensino secundário que os alunos têm mais dificuldades em fazer os três anos sem chumbar ou desistir, mas é também neste ciclo de estudos que se nota o maior salto, com uma melhoria de 10 pontos percentuais.
Em 2018, pouco mais de metade dos alunos carenciados (52%) conseguiu concluir o secundário nos três anos previstos, enquanto que, em 2020, a percentagem subiu para 62%. Já nos cursos profissionais, a subida foi de apenas 2%, atingindo os 62% em 2020.
Na análise de melhoria dos resultados, voltou a ficar de fora o indicador dos percursos diretos de sucesso, que permite perceber a proporção de alunos que consegue concluir o ciclo no tempo esperado com classificação positiva nas provas nacionais.
A pandemia levou a uma alteração das regras e, nos dois últimos anos, as provas passaram a ser obrigatórias apenas para acesso ao ensino superior. Esta mudança fez com que deixasse de ser possível perceber os percursos diretos de sucesso.
Existe um outro indicador que mostra quantos alunos terminam o secundário e entram no ensino superior, sendo que esta informação está disponível apenas para as escolas.
O ministro da Educação defendeu que existem informações com “um pormenor tão elevado que se chega muito próximo” da informação do aluno, ou seja, poderia deixar de cumprir os requisitos da proteção de dados.