O Presidente da República desvalorizou esta quinta-feira a ausência do primeiro-ministro das cerimónias do 10 de junho por motivos de saúde, explicando que não se trata de uma “doença grave”. Marcelo Rebelo de Sousa — que já se encontra no distrito de Braga no âmbito das comemorações do Dia de Portugal — revela que António Costa se sentiu “febril” e “adoentado” após voltar de Paris e que o médico sugeriu que ainda tem de ter “mais três dias de descanso, a contar a partir desta quinta-feira”.

O chefe de Estado diz que seria uma “insensatez que o primeiro-ministro se submetesse ao esforço de um dia com uma agenda muito pesada em Braga e muito pesada em Londres”. Marcelo ainda não sabe quem é o ministro que vai substituir António Costa nos termos da Constituição. “Tem sido substituído pela ministra da Presidência [Mariana Vieira da Silva], é possível que seja isso”, diz o Presidente da República. Mariana Vieira da Silva está, no entanto, no Brasil, precisamente no âmbito do 10 de junho.

Marcelo Rebelo de Sousa revela também que não falou ao telefone com o primeiro-ministro precisamente porque não quer “incomodá-lo”, estando ele adoentado. E ainda daria mais uma informação, ao jeito de boletim clínico: “Não é Covid”.

Guerra com Albuquerque continua

O Presidente da República continua a guerra de palavras com o presidente do Governo regional da Madeira. Miguel Albuquerque divulgou um comunicado esta quinta-feira a dizer que não foi convidado para as cerimónias do 10 de junho em Londres, mas apenas para as cerimónias que se realizam em Braga.

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Horas depois, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que tinha pedido ao chefe da Casa Civil para falar “pessoalmente com o presidente do Governo Regional para o convidar e, portanto, o senhor presidente [Miguel Albuquerque] certamente se esqueceu disso”.

Mais tarde, pela segunda vez esta quinta-feira, Marcelo voltou a falar sobre o assunto com um novo detalhe: na quarta-feira os serviços internacionais da Presidência contactaram os presidentes dos dois Governos regionais para saber se se deslocariam a Londres e ambos “informaram que não podiam ir”.

O chefe de Estado refere-se depois ao caso como um capricho de Albuquerque que apenas achou que “não houve formalidade suficiente”. E disse mesmo que este “problema de comunicação” é de “somenos importância”, ainda para mais “no quadro de uma guerra, de uma pandemia de um 10 de junho”.