Foi o primeiro a levantar a equipa após o golo sofrido logo no minuto inaugural, foi o último a ter remates perigosos na área contrária a um minuto dos 90′ e ainda arriscou no limite um remate acrobático após um cruzamento que saiu de novo mais largo do que deveria. Quem olhasse para Pepe dificilmente poderia ter ideia de que ali estava um central de 39 anos, a fazer o quarto encontro consecutivo em dez dias sem descanso no final de uma temporada longa e exigente que começou em agosto. No entanto, essa imagem do mais inconformado da Seleção na Suíça acaba também por resumir aquilo que foi a época de 2021/22.

Pepe merece as férias que outros começaram mais cedo (a crónica do Suíça-Portugal)

Ao todo, o defesa fez um total de 38 jogos entre FC Porto (Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga, Champions e Liga Europa) e Seleção (qualificação para o Mundial e Liga das Nações), tendo ainda ganho dois títulos pelos dragões com uma dobradinha Campeonato-Taça como a que tinha conseguido em 2020.

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Em paralelo, e depois de se ter tornado no encontro com a Rep. Irlanda em 2021 o jogador mais velho de sempre a representar Portugal num encontro oficial superando Vítor Damas, Pepe alcançou mais um marco no trajeto de quase uma década e meia pela Seleção ao ultrapassar Luís Figo como o terceiro com mais internacionalizações de sempre (128), apenas superado por Ronaldo (189) e João Moutinho (146). Só ficou mesmo a faltar o resultado na deslocação a Genebra, com Portugal a perder por 1-0 frente à Suíça.

“A primeira parte foi pouco conseguida, tivemos que reagir sempre ao que o adversário fazia. Sofremos um golo de uma forma que não podemos conceder. Foi uma sequência de lances que perdemos a bola várias vezes e depois estávamos mal organizados defensivamente. A causa da derrota não foi a rotação. Num final de uma época desgastante, o ideal era estarmos todos frescos mas não serve de desculpa. Não era o dia da bola entrar na baliza. Agora temos que ganhar os dois jogos, que nos classificam para próxima fase”, comentou Danilo, que fez dupla no eixo recuado com Pepe, na zona de entrevistas rápidas da RTP3.

“Sofremos um golo logo aos 50 segundos, que torna o jogo mais complicado. Fizemos uma primeira parte não tão bem conseguida em que podíamos ter pressionado mais alto e fazer as coisas melhor. Sabíamos que íamos jogar com uma equipa que perdeu 4-0 contra nós e que estava preparada para ser mais agressiva e jogar doutra forma. O golo não aconteceu e foi uma derrota dura para nós. Agora estamos obrigados a ganhar à Rep. Checa e à Espanha. Complicámos as contas. Devíamos estar em primeiro com dois pontos de vantagem e estamos em segundo com um de atraso”, disse Bernardo Silva na flash interview da SportTV.

“Achámos que houve pouco respeito da parte dos árbitros. Já jogo futebol há muitos anos e os árbitros fugiram para o balneário. Não pode acontecer, têm de assumir os erros, assim como nós [jogadores] fazemos. Não há desculpa. Desde o início que o guarda-redes suíço perdeu um minuto em cada pontapé de baliza e no final só deu quatro minutos de compensação. O lance do penálti foi completamente errado e há jogadores portugueses amarelados. Depois houve pequenas faltinhas que quebraram o ritmo do jogo e isso também nos penalizou. São coisas que nos empurram para trás e tornam o jogo mais difícil mas não é desculpa. Estávamos a pedir comunicação, que nem isso houve e a este nível tem de haver”, acrescentou ainda o médio ofensivo do Manchester City a propósito da equipa de arbitragem croata.