No templo histórico de Kodaiji, em Kyoto (Japão), os ensinamentos de budismo são transmitidos por um sacerdote diferente, não de carne e osso, mas de alumínio e silicone.

Mindar é um robô com 1,93 metros de altura e 60 quilogramas que dá sermões de Heart Sutra, uma das escrituras de budismo mais conhecidas. Humanizado pela sua cara humana, pelos gestos das mãos e pelo olhar de duas câmaras nos olhos que interagem com o público, Mindar foi criado em 2019 de um projeto de um milhão de dólares — cerca de 956,2 mil euros — entre o templo de Kodaiji e uma equipa da Universidade de Osaka.

O objetivo, de acordo com a ABC News, é que o design mais humanizado quebre a barreira entre o “mundo espiritual, onde Buda existe, e o mundo físico, onde o Buda se materializa através de Mindar”, explicaram os seus criadores, citados pelo canal norte-americano.

“O design no Mindar é para encorajar a imaginação das pessoas. A estátua de Buda tem um design semelhante, é difícil de perceber o género e a idade”,afirmou Hiroshi Ishiguro, responsável pelo design de Mindar.

A acompanhar as palestras do robô-sacerdote está uma projeção de um mapa 3D, onde uma apresentação pré-programada questiona Mindar sobre os ensinamentos do budismo. Embora as habilidades de Mindar se limitem a citar áudios programados, o templo planeia implementar tecnologia de inteligência artificial em Mindar para que este “acumule conhecimento ilimitado e fale de uma forma autónoma”.

No Japão, cerca de dois terços da população pratica o budismo. “Antes de ouvir os sermões de Mindar, as pessoas veem-no como um robô. Mas depois, passavam a vê-lo como Buda”, afirmou o líder do templo,  Tensho Goto.

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