A época do futebol já chegou ao fim há três semanas, com a conquista da Taça de Portugal no Jamor frente ao Tondela depois da vitória no Campeonato, mas nem por isso faltaram assuntos esta semana no universo do FC Porto. Dos castigos do caso da garagem que ilibaram o técnico Sérgio Conceição à apresentação dos equipamentos para a nova temporada, da iminente venda de Fábio Vieira ao Arsenal ao anúncio oficial do acordo de patrocínio feito com a Betano passando ainda pelo início da final do hóquei em patins com o Dragão Arena cheio, houve de tudo um pouco. No entanto, e entre redes sociais, outro tema nasceu.
Ainda que sem ligação direta ao que viria a acontecer, Pinto da Costa, presidente dos portistas, deixou uma “farpa” a André Villas-Boas nas respostas que deu à margem da conferência de anúncio do contrato com a Betano também no futebol. “Se é difícil resistir ao assédio inglês, como diz André Villas-Boas? Ninguém melhor do que o André para fazer essa afirmação, ele sabe que foi o dinheiro do futebol inglês que a oito dias do início da pré-época, quando já estava tudo preparado, lhe retirou da cadeira de sonho. Se isso acontece é óbvio que eles têm poder económico, a começar pelos impostos que criam logo uma grande desigualdade. A prova que é difícil resistir está no Darwin Núñez. Mas quanto ao Vitinha repito: se colocarem um euro abaixo da cláusula, não sai”, garantiu, recordando a saída do técnico para o Chelsea.
Nessa fase, o treinador ganhou tudo o que havia para ganhar na temporada de 2010/11 entre Liga Europa, Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça e acabou por não resistir a uma proposta do antigo clube de José Mourinho no verão de 2011, ficando também como o técnico mais caro de sempre (15 milhões de euros) deixando o lugar para o antigo adjunto Vítor Pereira que se sagraria bicampeão nos anos seguintes.
“Venda de Darwin Núñez? É apenas o poder de compra dos clubes ingleses, que é cada vez maior e conseguem fazer este tipo de compras, bater as cláusulas e roubar os melhores talentos em Portugal. Tem acontecido com frequência ao longo dos anos. As finanças dos clubes portugueses também assim o obrigam. Existe um domínio dos clubes ingleses, não é só sobre os clubes portugueses mas sobre ligas periféricas. O maior problema será quando os clubes ingleses anteciparem as compras dos portugueses, principalmente com os maiores talentos da Argentina e no Brasil, que foram sempre os maiores alimentadores do mercado português. O país é o maior comprador de talento português”, tinha referido na véspera à SportTV e à SIC, à margem de um evento em que marcou presença junto a Miguel Oliveira.
Esta quinta-feira, e numa conversa perante a saída de Fábio Vieira e a provável venda também de Vitinha, André Villas-Boas respondeu numa mensagem privada a um adeptos dos azuis e brancos dizendo que pondera avançar com uma candidatura à liderança dos dragões em 2024. “Obrigado Rúben. Assim será. Com o vosso apoio”, escreveu perante a vontade manifestada num avançar como cabeça de lista. De acordo com o jornal Record, a mensagem depois partilhada noutras redes sociais era mesmo do treinador, que teve como último clube o Marselha, de onde saiu em 2021 após passagens por Inglaterra (Chelsea e Tottenham), Rússia (Zenit) e China (Shanghai SIPG) antes da chegada à Ligue 1 francesa.
Pouco depois, na mesma rede social (Instagram), Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, não foi propriamente adepto da hipótese. “O presidente ontem [quarta-feira] já deixou a opinião dele que é bem clara. Eu não tenho opinião mas tenho uma pergunta. O seu advogado, sócio do Sr. Antero, que fez o negócio ruinoso do Luís Díaz também vai fazer negócios quando o senhor for presidente do FC Porto?”, referiu nas suas stories, antes de partilhar uma das muitas notícias que davam conta da ligação de Antero Henrique ao Sporting com Rui Pinto a dizer que o antigo CEO queria o insucesso dos dragões. “Vais gastar as pilhas todas, largos dias têm 100 anos! Ainda faltam 16… Longa vida ao Rei”, acrescentou depois, recordando também uma notícia de Villas-Boas em 2021 dizendo que não pensava avançar.