Os preços das casas em Portugal, calculados pelo Índice de Preços na Habitação do INE, subiram 12,9% no primeiro trimestre, em termos homólogos, acelerando 1,3 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior. É o aumento de preços “mais expressivo” desde que este indicador foi criado, em 2010.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) adianta que 5,9% do número total de transações (2.556 habitações) envolveram compradores com um domicílio fiscal fora do território nacional, ou seja, maioritariamente cidadão estrangeiros – uma percentagem que sobe para os 10,4% se se considerar o valor transacionado.

Entre janeiro e março de 2022, transacionaram-se 43 544 habitações, mais 26% do que no primeiro trimestre de 2021, que foi muito afetado pelo confinamento pandémico. A diferença foi ainda maior quando se fala no valor das transações: “no trimestre de referência, o valor das habitações transacionadas foi aproximadamente 8,1 mil milhões de euros, mais 44,4% face a idêntico período de 2021”, diz o INE.

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Em relação ao trimestre anterior, o Índice de Preços na Habitação também acelerou, já que teve um aumento de 3,8% (que compara com o aumento trimestral de 2,7% no trimestre anterior). Os preços das casas usadas aumentaram 4,4%, mais do que a subida do preços dos alojamentos novos (1,8%).

Menos casas vendidas na AML, mais uma vez. Algarve a subir

Neste primeiro trimestre foram transacionadas 13.464 habitações na Área Metropolitana de Lisboa (30,9% do número total). “Pelo segundo trimestre consecutivo esta região registou  uma redução, relativamente a período idêntico do ano anterior, do respetivo peso relativo,  (-0,9 pontos percentuais), diz o INE.

Também as regiões do Norte e Centro, com respetivamente 12 371 e 8 721 transações, perderam peso nas quotas regionais, ao passo que no Algarve, as transações de habitações totalizaram 4.129 unidades, ou seja, 9,5% do total. “Esta foi a região que mais cresceu em termos de peso relativo regional, mais 1,5 pontos percentuais”, segundo os dados.

Em nota de análise, a equipa de economistas do BPI salienta que “a valorização média dos  preços da habitação foi de 9,4% em 2021 (8,8% em 2020) e o dado do primeiro trimestre faz situar a fasquia para 2022 num nível alto, de valorização consistente”.

“As principais nuvens no horizonte deste cenário podem advir da persistência inflacionista e do aumento do custo do financiamento, decorrente do aumento das taxas de referência na segunda metade do ano. Antecipamos por isso, desaceleração do mercado, a prazo“, afirma o BPI.

“Aflitinhos” com a subida dos juros. É desta que os preços das casas vão cair?