À chuva e com pista molhada andou sempre nos lugares cimeiros acabando numa sexta posição com clara promessa de que poderia fazer melhor, com a pista a secar e com trajetórias mais definidas também pelas sessões do Moto3 chegou a estar alguns minutos na liderança e vários minutos no top 5. Quem olhasse para o 16.º melhor registo de Miguel Oliveira no final das duas primeiras sessões de treinos livres poderia pensar num cenário em que o português andasse sempre arredado das posições cimeiras mas só mesmo nos derradeiros minutos houve essa queda mais acentuada, sem hipótese de recuperar lugares por ter visto a bandeira de xadrez antes daquela que poderia ser a última volta lançada e após dois setores a melhorar tempos que ficaram hipotecados com um pequeno erro numa das últimas curvas do traçado de Assen.

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À semelhança do que aconteceu em Itália, na Catalunha e na Alemanha, onde terminou sempre na nona posição, o primeiro dia de sessões livres no Grande Prémio dos Países Baixos não correu da melhor forma para o número 88, que prometeu um lugar bem melhor do que aquele onde terminou. No entanto, e tal como nas últimas semanas, nem só do que acontece em pista é escrito o presente de Miguel Oliveira, que continua a manter o tabu em relação à próxima época. Próxima ou próximas, acrescente-se. E um tabu que na verdade não o é, conforme explicou o português após esses dois momentos em Assen.

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“Estava a um ritmo bastante bom. Senti-me muito confortável com a mota. Rapidamente consegui impor um bom ritmo. Para o final da sessão queria apenas fazer umas voltas sozinho mas não consegui. Além disso, tinha na minha última volta todos os meus parciais melhorados quando o Morbidelli decidiu não continuar a sua volta. Obviamente, deixou-me com bastante tempo perdido. Tive pena por não ter completado a volta. O ritmo é bastante bom”, começou por comentar o piloto da KTM à SportTV.

“Na minha opinião, os contratos deviam ser feitos no final da época e não antes de metade da época [acabada]. É ridículo pensar que em maio estamos a decidir os dois próximos anos. Para mim é como se faz no futebol, em que existe aquela janela de transferências, onde é possível negociar e fazer contratos… Essa janela de transferências poderia existir no MotoGP. No final da época fazia mais sentido. Todas as pessoas tinham as ideias mais claras. Nesta altura estamos numa era em que se fala muito, naturalmente. Fazer… não muito. Há que falar menos e trabalhar mais. Se nos concentrássemos todos no presente e em fazer o melhor que podemos, tínhamos todos mais a ganhar”, acrescentou ainda ao canal.

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De recordar que, na véspera, Miguel Oliveira tinha reforçado a inexistência de qualquer contrato assinado com outra equipa para a próxima temporada, abrindo mesmo a possibilidade de continuar na KTM.

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“Para já não tenho nada assinado. As contratações são feitas em certos timings. timings para anunciar, para negociar e para assinar. Para já não vou dizer qual a opção que está mais perto da realidade. É certo que todas essas notícias são coisas adiantadas por outros meios que estão no paddock, porque nos viram a falar com as pessoas, mas isso não implica nada. Implica que estamos a tentar abrir caminho para chegar a vias de facto. Só quando lá estivermos é que podemos anunciar. Sem contratos não há assinaturas. É o que posso adiantar. Tenho a dizer aos meus fãs que aquilo que estou à procura não é uma solução a curto prazo. Estou à procura de estabilidade, de um sítio que me acolha pelas qualidades que me são reconhecidas”, comentara também à SportTV na antecâmara das sessões de treinos livres.

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“Há que ter em conta que a KTM quer-me muito e a verdade é que estão a fazer um esforço para deixar isso claro. Isso é também uma possibilidade mas é só isso, nada mais do que uma possibilidade. Há que esperar um pouco. Há a próxima semana ou estes meses de verão… para poder chegar a acordo. Muitos pilotos estão na mesma situação, a falar com equipas, mas a decisão tarda um pouco a chegar”, disse mais tarde nesse dia em entrevista à DAZN, abrindo uma espécie de quarta via depois ter sido dado certo na Ducati via Gracini Racing e na Aprilia pela nova RNF, além das conversações com a Honda para a LCR.

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