A manhã desta terça-feira ficou marcada em Wimbledon pelo abandono de Matteo Berrettini, finalista da edição de 2021 frente a Novak Djokovic, por estar infetado com Covid-19 mas já antes Marin Cilic, também ele antigo finalista do Grand Slam britânico em 2017, tinha sido forçado a desistir pela mesma razão. No entanto, e no caso do gigante croata, a saída de cena acabou por ter impacto direto num jogador português, neste caso Nuno Borges. E apesar de ter perdido na última ronda do qualifying com o australiano Max Purcell, o jogador que se estreou este ano em Majors em Roland Garros foi um dos lucky losers que ganhou acesso ao quadro principal, tendo pela frente o americano MacKenzie McDonald esta terça-feira.

A presença histórica ainda teve um set ganho: Nuno Borges cai frente a Khachanov na primeira ronda de Roland Garros

“Soube ao final do dia, não estava nada à espera de receber esta notícia hoje [segunda-feira]. Mantive as expectativas baixas mas sempre pronto para jogar. Não ficaria triste se não jogasse mas, agora que sei que vou jogar, estou muito entusiasmado. É a realização de um sonho”, comentara na antecâmara do jogo no court 11 que foi disputado à mesma hora da derrota de João Sousa com Richard Gasquet no court 15.

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“Já vi o meu adversário no college e sigo-o mais ou menos desde que entrou no top 100. Será obviamente um encontro complicado, ele tem mais experiência e tem vindo a provar que merece estar no top 100. Vou tentar desfrutar ao máximo. Estou preparadíssimo e pronto para uma batalha”, acrescentou sobre o duelo com MacKenzie McDonald, que podia dar a oportunidade do primeiro triunfo num Grand Slam depois da derrota em quatro sets na estreia em Majors frente ao russo Karen Khachanov, 21.º do ranking.

Ambos habituados ao circuito universitário dos EUA, onde Nuno Borges esteve quatro anos (e numa equipa que se sagrou campeã), os dois jogadores não tiveram grandes diferenças a nível de jogo e das principais estatísticas. No entanto, os breaks acabaram por fazer toda a diferença. E esses oito pontos que o português teve à disposição no serviço do adversário sem fechar pesaram na derrota por 6-4, 6-4 e 7-6 (3).

O quinto e sexto jogos do set inicial foram um exemplo paradigmático disso mesmo: McDonald conseguiu fazer o 15-40 no serviço de Nuno Borges e fechou o break logo no ponto seguinte, Nuno Borges teve dois pontos de break no 30-40 e nas vantagens, não conseguiu sentenciar o jogo e permitiu que o americano fizesse o 4-2 que seria determinante para chegar ao 6-4. No segundo parcial, a ordem inverteu-se mas o filme foi igual: dois pontos de break não concretizados pelo português que podiam fazer o 2-0, um ponto de break convertido na primeira oportunidade por McDonald para o 2-1 até a novo 6-4. No terceiro set Nuno Borges voltou a tentar hipóteses de quebrar (ao mesmo tempo que também evitou breaks do adversário), a decisão foi mesmo ao tie break, o português ainda esteve a ganhar por 3-1 mas MacKenzie McDonald somou seis pontos consecutivos para fechar a vitória em três sets apesar da boa réplica.