Juana Canal Luque desapareceu a 22 de fevereiro de 2003. Na época, morte por violência doméstica ou fuga — dados os seus antecedentes de alcoolismo e de depressão — foram dois possíveis cenários avançados como causa para o seu desaparecimento. Dezanove anos depois, a Polícia Nacional espanhola encontrou o corpo de Juana na cidade espanhola de Ávila — para já, não é conhecida a localização exata.

Minha queridíssima irmã, já encontraste as tuas escadas para o céu… espera por mim aí e voltaremos a cantar juntas para sempre”, reagiu a irmã Ana María Canal, segundo o jornal El Periódico de  Aragon. “Pelo menos [agora], temos o descanso de não descer a rua, de procurá-la e procurá-la… de andar e parecer vê-la em qualquer parte.

A família espera agora que os resultados da autópsia ajudam a concluir o mistério do desaparecimento e morte de Juanna.

O bilhete de Jesus e a falta de ajuda nas buscas

“A tua mãe e eu tivemos uma forte discussão e ela saiu a correr. Fui procurá-la, mas não a encontrei”. Quem encontrou este recado foi Sergio, o filho mais velho de Juana — que morreu há seis anos sem conhecer o desfecho fatal da progenitora. Estava assinado pelo então companheiro da mãe, Jesus, e seria o último rasto de Juani, como lhe chamavam os entes queridos. “Curiosamente, o seu desaparecimento aconteceu precisamente num dia em que o filho, que morava com o casal em Ciudad Lineal, não dormiu em casa”, escreve o ABC.

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Quando isto aconteceu, Juana tinha 38 anos e dois filhos de um casamento anterior —  Sergio e um outro filho que vivia em Valência com o pai. Estaria numa nova fase da vida: o novo emprego permitiu-lhe sair de casa da mãe e instalar-se no bairro madrileno de Ciudad Lineal.

O aparecimento do corpo de Juana surge três meses após o jornal Caso Abierto publicar uma reportagem que ajudou a reativar o caso. Neste artigo, Ana María Canal lamentou que Jesus não tenha ajudado nas buscas. A “única testemunha” do que aconteceu naquela fatídica noite “nunca se interessou”, confessou a irmã.

O ABC avança ainda que, no final de 2019, um caminhante encontrou um osso (fémur) num local em Ávila. O excursionista informou as autoridades e esse vestígio foi analisado no início de 2020 pelo Servicio de Criminalística de la Guardia Civil. Comparado o ADN, o perfil genético da vítima apareceu no banco de dados: pertencia a Juana Canal.